quinta-feira, 2 de junho de 2011

Digam-lhe que fui ali: Lisboa - Parte 1

Na última sexta-feira concluímos a última Unidade Curricular do doutoramento. Essa foi bem mais longa do que as anteriores, e, prefiro destacar os aspectos positivos. Trabalhamos Metodologia da Investigação em Educação com dois professores que se entendiam muito bem, ambos extremamente dedicados ao trabalho e intusiastas da divulgação das metodologias e técnicas da pesquisa. Apesar de ter trabalhado essa disciplina com meus queridos da graduação, em vários momentos desejei ter uma tecla DELETE que apagasse aquelas ideias pela metade que tive que reconstruir. Ou seja, o que eu sabia, quase sempre não era bem assim. Isso sem falar nas normas técnicas. Aqui utiliza-se a APA, e a ABNT, velha conhecida, não vale nada. Foi preciso desconstruir   o que eu já sabia para aprender de novo de uma maneira diferente. Nada mais de acordo com as atuais teorias da aprendizagem. Ainda temos um trabalho para encaminhar dia 10, mas, como hoje ainda é 2, dá tempo de melhorar, completar e revisar bem direitinho e fazer como manda o figurino.
Em comemoração a este final de etapa, que conclui aos trancos e barrancos, vocês bem sabem, juntamos as nossas coisas e seguimos para Lisboa. Quando Tony chegou, já veio na ideia de visitar essa cidade tão famosa na nossa história, literatura e arte. Reservas feitas na terça-feira, saímos no domingo de manhã. Aliás, a saída já foi uma aventura. Coloquei o telemóvel para despertar às 05:30, pois daria tempo de acordar, se arrumar, tomar o pequeno almoço e seguir para a estação.  Não é que o danado descarregou, e quando acordei eram 06h35? pensem numa carreira! Felizmente, Luiza é amante das viagens, levantou-se logo, lavou o rosto, pulou dentro da roupa e comeu uma besteirinha. Pegamos o táxi na praça da Ria, apenas uma rua da estação, mas, naquelas horas, perderíamos o comboio das 7h20. Deu tempo. Compramos os bilhetes um pouco mais caros, mas matei minha curiosidade de viajar num comboio Alfa Pendular. Bonito, esse trem. Tem uma mesinha de trabalho no meio do conjunto de poltronas estofadas, um DVD sem som, um som discreto, um luminoso no final do vagão mostrando a temperatura interna e externa e a velocidade que a composição desenvolve. O condutor, anuncia as estações, poucas, pois como o trem é especial, não é "pinga-pinga".
Chegamos à Lisboa às 9h35. Da estação do Oriente, fomos ao centro de compras (shopping) Vasco da Gama, que fica logo em frente. Essa zona eu já conhecia da outra vez que viemos em 2005, para defesa do mestrado. A Universidade que estudávamos fez tanta confusão que nos hospedou no Hotel Meliá, que fica na esquina da Gare do Oriente (estação de comboios, metro e rodoviária). Portanto, não havia como se perder por aqui!
Após tomar um cafezinho, ficamos fazendo hora, para poder ir à pousada no Rossio. Providencialmente, troquei as  sandálias de salto de Luiza pelas sandálias havaianas, pois, sabia que ela acabaria reclamando de dores nos pés quando começássemos as caminhadas. Na Gare do Orienta, pegamos o metro (diz-se metro, sem acento no ô). Ficou fácil, pois as linhas são integradas e era um domingo, tudo calmo. Achar a pousada foi fácil também, pois o mapinha indicava que o prédio antigo ficava na Praça da Figueira.

Essa era a vista da sacada do 4ºandar do casarão que ficamos hospedados. Tony e Luiza providenciaram a contagem dos degraus: 96, até chegar na porta que dava acesso ao bloco onde ficava o nosso quarto. Os andares superiores tem um preço mais acessível, daí a razão da nossa escolha. Esses pontinhos pretos no chão da praça são pombos, os bichos mais safados que já tive a oportunidade de conhecer. Deixamos as malas no quarto, e após um breve descanso, fomos perguntar como chegar no Mosteiro dos Jerônimos. Fácil. Essa é a vantagem de uma boa localização. Ali na frente daquele prédio amarelo pára o VLT - Veículo Leve sobre Trilhos. É um trem que anda no meio da rua, bem bonitinho, parece um brinquedo. Pegamos o 15E, e tivemos o primeiro choque país rico/país pobre: cadê o cobrador???? Não tem. Há apenas uma máquina, muito chata que só aceita moedas (quando quer). Contamos os cobres, e dava para pagar a minha passagem e a de Tony. E agora? Decretei que Luiza não pagava e fui com as mãos repletas de vinténs lutar com a máquina. Colocava a moeda, e ela escorregava. Umas cinco vezes, acabei desistindo e fui para outra máquina no extremo oposto do vagão. Nisso, nas paragens efetuadas, o trem foi lotando de chineses, japoneses, franceses, italianos, espanhóis, todos indo para o mesmo destino que nós.  E eu, lutando com a máquina. Me abusei e soltei: "Ah! Dane-se para o meio dos infernos, máquina chata da peste!" Atrás de mim, uma multidão se acotovelava. Um rapaz ficou rindo, um brazuca no meio de um mar de nacionalidades entendeu a minha raiva contra a tecnologia. Atravessei a multidão para chegar onde estavam Tony e Luiza. "E aí? pagou?" Ele perguntou. Abri a mão com as moedas quentinhas, como novas. "E agora?". Abusada, respondi: "Não vou ficar pedindo pelamordedeus para pagar. A máquina miserável não quer me obedecer. Se aparecer um cobrador, eu jogo as moedas na cara dele." Chegando à Belém, fim da viagem, nada de cobrador. Saímos do trem desconfiadíssimos, mas percebendo que mais da metade dos passageiros estavam na mesma situação. Pense num prejuízo! É, Portugal está podendo.





O Mosteiro dos Jerônimos é uma obra de arte a céu aberto. É uma maravilha arquitetônica perfeitamente conservada através dos séculos.   







Como diria o amigo Geovani Melo, ninguém parte dessa vida, sem levar uma sobrada. Chegando no acesso, havia uma fila enorme, de várias nacionalidades. Comportados, entramos na fila sem reclamar. O sol à pino, era quase meio dia. Depois de quase 15 minutos, achamos estranho que algumas pessoas passavam direto e não voltavam. Fui lá ver o que era, estávamos na fila errada! Essa bendita era para a missa! Caminhamos. Uma boa surpresa nos aguardava: das 10h às 14h nos domingos, a entra da é GRÁTISSSSS! Os 20 euros que ficariam na entrada dançaram no meu bolso. saltitantes, entramos.

Visitamos o mausoléu de A. Herculano, cujo epitáfio não pude deixar de registrar:


Muito bom, né? a cara de Ilma, que não dorme quase nunca!

Aqui, também repousam os restos de Fernando Pessoa. Um lugar digno para um poeta fantástico, que é a alma de Portugal.
Lugar maravilhoso, não dá vontade de sair! Mas, Belém tem outros atrativos, monumentos que vemos nos livros e cartões postais e que é um prazer reconhecer. 
Depois, eu conto o resto.
Té manhã, fiquem com Deus. 


5 comentários:

  1. Que lindo passeio! E ainda pegaram o trem grátis e entraram grátis no mosteiro! Gostei muito do epitáfio do mausoléu do E. Herculano, acho que vou colocar o mesmo no meu também! Beijos e saudades.

    ResponderExcluir
  2. Esqueci de comentar que o teu cabelo está parecendo o de Nossa Senhora da Conceição, tão grande e bonito! Deve ser a força do amor! Beijos pra vocês.

    ResponderExcluir
  3. O cabelo tá enorme mesmo!
    Bons passeios pra vcs, divirtam-se...
    saudades!

    ResponderExcluir
  4. Anna vcs foram a Belem e foram no marco do descobrimento? e no Museu da navegação? comeram os famosos e únicos Pastéis de belém,w
    ah! e só para não perder a piada, ainda não acha cabeleireira ai em Portugual não foi? ahahhaha
    ou tas querendo mudar o visual mesmo?
    aproveitem Lisboa e Belem e vejam se conseguem ia a cidade de Cintra, é belíssima, dá para ir de Comboio também.
    abraços

    ResponderExcluir
  5. Que lugar fantástico né? Adorei tudo e espero que vocês aproveitem tudo que tem direito aí. Que felicidade! Gloria a Deus! Cresceram muito seus cabelos e a pirraínha Lulu! Aproveitem o que fizeram por merecer a perseverança e o amor de vocês! Beijos!

    ResponderExcluir