terça-feira, 12 de outubro de 2010

Caminhando

Inventei de voltar a caminhar ontem, depos de um longo inverno, com uma chuvinha muito chata e um frio considerável, que esperávamos trégua em 7 de setembro, tradicionalmente nossas últimas chuvas, só para castigar os coitados dos estudantes no desfile cívico. Esse ano, a garoa ficou insistindo até início de outubro, e de vez em quando, ainda nos dá sustos. Enquanto isso, ganhei mais uns quilinhos, por ter parado a caminhada e abandonado a hidro, pois não dava tempo de conciliar as atividades da minha transição e o garimpo de documentos. Mas, segunda-feira, dia mundial do começo da dieta, larguei a preguiça e vesti a roupa de andar e pulei dentro do carro na hora de levar Luiza para a escola. Tony não quis vir, ficou com medo da chuva, pois, o inverno ficou me espreitado no portão, ao pressentir que calçavam-se tênis. Após a breve parada no Diocesano, seguimos para o Euclides, como chamamos nosso parque, desde que começamos a receber as ordas de garotos recifeses no Festival de Inverno. O bosque urbano de eucliptos sofre com problemas na manutenção, mas mantem sua magestade. 
Como já disse, o dia não era dos melhores: o vento zumbia nos ouvidos, levntando revoadas de folhas. O cheiro do eucalipto já dominava pelo pisoteio dos humanos em busca de um coração mais saudável. Neste retorno, reencontrei as mesmas coisas: minha árvore me diz telepaticamente bom dia, e reclama minha ausência.

De todas as árvores, esta é a qu eu mais gosto. Ela me dar a sensação de que poderá sempre esperar por mim, aceita as minhas ausências e rir-se quando passo bufando de cansaço de  mais uma volta,  empurrando-me para frente. Me deu uma vontade de abraçá-la, mas acabei desistindo com receio dos demais caminhantes me achar meio doida. É uma ótima oportunidade de deixar esse vício de imaginar o que os outros estão pensando. É só ter cuidado e driblar o xixi dos cachorros vadios que repousam traquilos no Euclides, patrulhando nossos passos apressados. 
Poesias à parte, os retornos são sempre dolorosos, mais ainda quando retomamos a atividade física abandonada. Meus pés tem bolhas, apesar de ter escalado o meu tênis de confiança, minhas canelas doem, minhas costas reclamam um pouco, me trazendo saudades do tempo que eu me considerava invertebrada! É, o tempo passa!  Mas sei que é um questão de tempo, dedicando-se com afinco, superam-se essas e todas as outras dificuldades. Vou eleger um meta bem complexa: que tal o caminho de Santiago? A recompensa para um coração sadio é o sol filtrado nas copas e o chiar macio das folhas dizendo bom dia!
Té manhã!
   
     

3 comentários:

  1. Já são mais de dez horas da manhã e eu não tenho a mínima vontade de ir para a cozinha. Fiquei por aqui e entrei para uma visitinha. Pensei que a sua árvore favorita fosse a minha, mas ela deve ficar no meio do caminho, não é? a minha fica na boca da pista, é onde eu faço alongamento antes de por as patas na estrada. tento ir diariamente mas é muito longe para eu ir e voltar a pé.
    Ah, meu livro saiu em outro site, no www.agbook.com.br, achei este melhor porque escreve mais do que faz cópia de foto.

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  2. A minha árvore é a primeira grandona, esse prédio ali atrás é o antigo bar da galinha; parece que é a mesma sua! Tem outra, nos 800metros que nessa época está toda florida e cheirosa. Esse ano, ela está toda desgalhada, bem feinha, coitada! Acho que ela morreu... Vi teu livro, vou entrar nesse sitio para comprá-lo. Provavelmente, vai chegar no teu endereço. Estamos pensando em alugar uma caixa postal, pois nossa correspondencia está se perdendo, quando mandam para cá.
    Beijoooo!

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  3. Árvores com um cheiro delicioso tem no jardim da Cultura Inglesa, ali ao lado do Colégio XV. Quando estão todas floridas soltam um perfume sem igual. Outro dia eu estava admirando esse cheiro e uma mulher que estava no ponto do ônibus disse que são pitombeiras essas árvores tão cheirosas. Beijos.

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