quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Comidinhas 1

Segui o conselho de Gustavo e comi a francesinha... Antes que vocês pensem que eu me revelei bissexual e pedófila, vou logo explicando: francesinha é um sanduiche de prato muito apreciado em terras portuguesas.
Quando fomos ao Porto, não perdi a oportunidade. Já havia visto um prato sendo servido lá em Aveiro, mas, não tinha provado. Logo que chegamos, Luiza se queixou que estava com fome. Do outro lado da estação tem uma série de bares e restaurantes, entramos no que tinha gente, pois, seguindo a máxima de Mano do Caetano, desconfie de um bar/restaurante que esteja vazio enquanto os outros estão apinhados. Ao abrir a porta, nos surpreendemos com o calorzinho (Porto é uma cidade fria demais!) e a bafaroda de cigarro. Aqui, a lei antifumo em ambientes fechados não inclui os restaurantes, tem fumante vindo da Espanha  para comer e fumar, pois lá é proibido. O jeito é aguentar. Fomos a uma mesinha do fundo, onde não tinha ninguém, mas só que com um pouco, chegou uma mocinha nova, e, enquanto estavamos no recinto a criatura fumou 6 cigarros!  
Voltando a francesinha: é um sanduiche de prato, com quatro fatias de pão de forma, intercalados com bacon, chouriço (uma espécie de linguiça, muito gostosa), bife, presunto, salsicha. A francesinha especial vem com um ovo frito, coberto com queijo e um molho a base de cerveja, meio picante. Acompanha essa porção báaaaasica de batata frita. Perguntei ao rapaz que nos servia se alguém come aquilo tudo sozinho, o prato é enorme! Ele me olhou com espanto e tascou: "Aquela rapariga ali pediu uma. Vem todos os dias pela manhã, é o seu pequeno almoço." Espantados, comemos, dividindo o prato, eu e Tony, Luiza não quis, preferiu um pastel, que lhe rendeu uma dor de barriga. De tudo, só não gostei do ovo. Os portugueses só fritam um lado do ovo, a parte de cima fica crua, balançando. Não como gema de ovo bem passada, quanto mais assim, parecendo que vai se transformar em pinto a qualquer momento?  
Tony descobriu para nós o pão de chouriço da Padaria Litoralpan. Aqui é uma padaria a cada esquina e sempre cheias, nunca passei por uma que estivesse vazia, somente quando fechadas! O chouriço daqui é uma linguiça, parecida com salame italiano, só que mais forte. A massa do pão é sequinha por fora e macia por dentro. Luiza adora!
   As fatias são bem generosas, esse daí é um pãozinho cortado ao meio. Só não tem catchup e maionese, comum em toda lanchonete brasileira. Já que estamos falando de pão, lá vai:
Esse daí é um pão de ló. Para mim, ele tem cara de bolo, mas, chamam pão. Compramos no Jumbo e passamos uma semana comendo esse bendito, Tony matando as saudades da avó dele, que fazia um pão de ló como ninguém. A massa é surpreendentemente leve, parece que estamos comendo algodão, é gostoso, mas, muito doce.
Esse é o Bolo do Rei, Genésia que me deu no Natal. É uma tradição do Natal português, e os patrícios enfrentam filas enormes para comprar um bicho desses. O atendimento na padaria e no frigorífico é mediante a ficha de espera, como nos Correios do Brasil, pense num povo organizado! Não pegou a senha, nem adianta acotovelar-se no balcão pois o atendente não vai te dar a mínima, além do risco de falar em alto e bom som: "aguarde sua vez, se faz favor!" Mesmo que seja para perguntar se tem alguma coisa, e a resposta ser negativa, o jeito é esperar. Esse pão durou muito lá em casa, pois Tony e Luiza não gostaram das frutas cristalizadas.
Mas as experiências culinárias nem sempre são bem sucedidas. O caso da tripa é fantástico. Passamos no parquinho ao lado da escola de Luiza, um cheiro quente de canela entrou no meu nariz... Luiza, saltando na frente, postou-se ao  lado de duas moças que salivavam esperando o quitute: tripa. Influenciada pelo intusiasmo das nativa, pedi um também: "recheado com chocolate, se faz favor!"   


Pense num negócio horrível! dei a primeira mordida no troço, que já tem essa cara de sapo, e a massa grudou nos meus dentes, parece grude de pregar cartaz de político! mastiguei, mastiguei, com Luiza a me espreitar, desconfiada. "E, ai?" perguntou-me. Antes de emitir qualquer parecer, ofereci "quer?" Ela disse: "...Eu? brigada! É bom?", respondi com sinceridade: "É o cão de ruim!" ela caiu na gargalhanda, enquanto eu procurava um lixeiro para me livrar  daquilo, lamentando o meu 1,20 empregado em tal coisa. Desventuras culinárias fazem parte da viagem, e Gustavo, ainda quer que eu me arrisque a comer os carocóis de Lisboa.

Saudade de hoje: Cuscuz com leite, a melhor comida do mundo!!!!
Té manhã! 
  

7 comentários:

  1. Tanta comidinha gostosa! Apesar dos pesares creio que estejam passando muito bem... ora pois???? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

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  2. Eu prefiro cuscuz com galinha cozinhada, ou boi, ou bode... Acho que os tais caracóis eu não comeria de jeito nenhum, só se estivesse morrendo de fome, que morrendo de fome a pessoa come cada coisa! Antonio brincou muito com os carrinhos que Luiza mandou, agora estão na caixa d'água, que é onde ele gosta de brincar com os brinquedos novos. Beijos e saudades de vocês.

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  3. Oi, meninas!
    A comida portuguesa é realmente muito boa.O dificil,quando se chega a uma padaria, é escolher o que levar.Mas o cuscuz faz uma falta... E o pior é que o lugar mais perto daqui que tem cuscuz,acho que é ali (apontando com o beiço), no Marrocos!
    Saudades imensas de vocês!

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  4. Nido tem comprado massa de fazer cuscuz lá em Braga. Pede a ele que ele leva pra tú!
    bjo
    vilma

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  5. Bom, pelo que enentendi tirando o ovo, você gostou. Como disse fiz a burrice de comer sem ser no Porto e não gostei muito do molho.
    Mas na verdade gostei mais dos caracois do que da Francesinha, mas lembro que eles eram cozinhados num molho que levavam pimenta, não sei se pode pedir sei, caso vcs n gostem de pimenta. apesar da aparência nojenta achei deliciosioso.
    e lembrei tb que comi um doce chamado periquita, muito bom tb. e quando vc for a Lisboa, não deixe de ir a Belem e comer o verdadeiro Pastel de Bélem, na fábrica original, é muito bom e uma experiência única.
    abraço

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  6. Vilma: pedi a ele, que disse que traria. Hoje mesmo encontrei uma massa de milho no Jumbo. Eu acho que é muito fina, parece mais areia de praia. Além disso, vou ter que fazer o cuscuz no prato com um pano, como mainha fazia, lembra? Vamos ver se vai dar certo.
    Bjoooo!

    Gustavo: Assim que puder, iremos em Lisboa para passear e comer essas coisinhas... A comida faz parte da viagem!
    Saudades de tu!

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  7. Ah, não é bom não, não tem pamonha...

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