sexta-feira, 11 de março de 2011

Falando lindamente...

Falar é uma arte. Seja em público ou nas relações pessoais, falar é uma competência básica que desenvolvemos ainda nos nossos primeiros anos de vida e exercitamos ao longo da existência. Porém, falar bem é mais do que abrir a boca e deixar sair em forma de sons o que vai na imaginação. Ter a "palavra certa" (pra doutor não reclamar!) para expressar com clareza as idéias é um dom de Deus e de Dayse, que fala com um sorriso no olhar. Prende nossa atenção e vai costurando com fios de voz palavras tão bem cabidas, que  parecemos deslizar na compreensão de um discurso bem construído, sem deixar de ser espontâneo.
Há quem fale pelos cotovelos e isso pode ser um problema, pois um língua de trapo quando fala o que quer, acaba ouvindo o que não quer. Às vezes o silêncio é bem-vindo, Genésia sempre me dizia: "quem fala pouco, não se perde". Me lembro do sábio conselho e  daqui, calada no meu cantinho, vou bebendo as palavras aceleradas do Prof. Rui, que fala rubro e ofegante com a intensidade e força de um apaixonado sobre o seu trabalho. Aprendo ao compartilhar um retalho de vida desse desconhecido-conhecido, e ainda mais com a graça despretensiosa do discurso bem humorado, quase feliz de Francislê.   
Ainda tropeço em sotaques, e às vezes, preciso perguntar: "falou o quê?" Admira-me a perspicácia de Fátima Paes e suas perguntas sacadas com rapidez, sob medida para a polêmica, perfeitas para a apimentar uma discussão, tanto quanto a elegância  das palavras de Martinha e Joanne, que quando falam promovem um desfile de ideias bem conectadas.   
Pode ser surpreendente quando percebemos que aquele pequenino que seguramos no colo e nos divertimos com os seus enganos nas palavras da infância, cresceram e falam lindamente, como Pablo e Matheus. Então, nos deparamos com o calendário da vida e vemos quanto tempo passou e ficamos a pensar no que foi feito de todas aquelas tardes desocupadas. Paulo Freire ensina que  o ideal é que "o momento da tua fala seja o momento da tua prática" pois as palavras são vazias sem ações. É melhor não ficar a dizer, às vezes perdemos por não ficar calados. É como aquele conhecido que abriu a boca para declarar: "esqueçam tudo que eu escrevi." Uma pena, pois era a melhor parte dele.
Quanto às palavras de amor guardo-as todas, para no regresso ou na chegada, poder dizer tudo o que a saudade andou a me sussurar nesses dias vazios de sua presença.

Boas palavras povoem os seu dia!

Fiquem com Deus!

Música incidental e acidental: Avohai, Zé Ramalho.  

4 comentários:

  1. Mas não é isso mesmo? e bem isso eu sei que passo muito tempo calada a ouvir os outros, procurando nas entrelinhas faladas o sentido das coisas!

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  2. Ah, mandei esse texto para o meu face e o meu twi!
    Desculpa, não resisti! está maravilhoso!

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  3. Não tem que pedir desculpas, Ilda. É divulgação na rede. Vou avisar aos citados que foram citados.
    Ainda bem que entrou o comentário, esse troço estava travado! Beijoos!

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  4. O comentário eu fiz no seu orkut, achei o texto lindo. Palavras, as boas palavras são perolas, já as palavras vãs, essas não tem função. Beijos.

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