domingo, 24 de julho de 2011

Digam-lhe que fui ali: Coimbra - parte 2

Após descansar um bocadinho na pensão, fizemos a visita ao Portugal do Pequenitos. Essa área é um lindo jardim temático, construído em 1940. Esse espaço lúdico-pedagógico mantido pela Fundação Bissaya Barreto conduz o visitante a conhecer os diversos países lusófonos e é especialmente voltados à criança. As diversas culturas do mundo lusófono são representadas em pequenas casinhas, de dimensões adequadas aos miúdos, com informações gerais sobre os países e artefatos de da cultura material.

Fica bem próximo da pensão, só fizemos atravessar a Ponte de Santa Clara e encontrar uma pequena agloremação de adultos jovens, idosos e numerosas crianças em uma bilheteria, logo após o Convento de Santa Clara-à-Velha. Pagamos 5,50 e 8,95, respectivamente a entrada de Luiza e a minha. Quando entramos fomos abordadas por uma fotógrafa simpática, que nos pediu para tirar uma fotografia sem compromisso. Já conhecemos esse tipo de souvenir desde a visita à Natal no final de 2009, e como é impossível não comprá-los, uma vez que está lá a sua foto. Do lado direito de quem entra tem essas esculturas lindas, representando o mundo lusófono da África.

Fica entre as casinhas de Angola e Moçambique. Do outro lado, a casinha de Goa, na Índia. Adorei essa torre e os detalhes de esculturas indianas, além de um elefante.

Logo após, tem a casinha de Macau (China). Essa é a casinha que tem o interior mais bonito, com muitas louças chinesas, muitos dragões e cenas do cotidiano representadas por pequenos bonequinhos de terracota. Não sei como esse povo tão chinês ainda hoje fala (um pouco) de português. Impressionante a competência do Português como colonizador.

Outra casinha que adorei foi a da Ilha da Madeira... Muito linda com sua paisagem ocenânica. No centro do jardim tem um grande mural com um mapa esculpido em pedra, mostrando o mundo lusófono. Após esse painel tem a área portuguesa.


É tanta coisa linda que fica difícil escolher o que mostrar. Essa aí é a réplica em tamanho reduzido de uma das janelas do Convento de Cristo, em Tomar.

A frustração do passeio foi que a casinha do Brasil estava em manutenção, portanto, fechada. Além disso, dei uma cabeçada: No jardim tem uma locomotiva pequenina. Luiza ficou louca quando viu, e pediu para ir. Esperamos. A miserável da locomotiva passou, e não parou. Ficamos lá esperando. Passou de novo, e não parou. Pensei: "acho que aqui não é ponto. Vamos descer." Quando chegou na frente a lojinha a trepeça estava parada. Alguns adultos e crianças já estavam bem instalados. Pagamos os ingressos  (4 euros, as duas) e entramos alegres. O trem deu duas voltinhas, e em menos de 5 minutos, acabou a viagem. Saímos, Luiza felícissíma com a "viagem" e eu, revoltadíssima, pois o preço do miserável do comboio dos pequeninos foi quase o preço da minha passagem de Aveiro à Coimbra. Me mortifiquei por isso, pois dava muito bem para Luiza ter ido sozinha nesse grande passeio.   

No final do jardim tem uma exposição permanente de vestimentas e mobiliário e lá no final mesmo, um playground. Luiza foi brincar enquanto me sentei à sombra. Mais uma vez, percebi o choque cultural dos meninos no play: a primeira coisa que Luiza faz é tirar os sapatos. Coisa de índio. Todos os meninos estavam calçados, só ela descalça. Daqui a pouco, os outros começaram a pedir aos pais para tirar as sandálias, e, logicamente, comecei a sentir olhares pouco amistosos. Felizmente, ela quis ir à casa de banho, assim, nos retiramos estratégicamente. Ainda vimos parte de um espetáculo sobre os Descobrimentos. Isso levou a tarde inteira.

Porém, no meio caminho tinha a Feira Popular de Santa Clara, com um parque de diversões. E lá vou eu rodar numa lagarta, de carrinhos... Encontramos  um carrossel com cavalinhos de verdade, e Luiza pirou geral: Ou ia nos cavalos ou morria. Com o ingresso à 3,00 fiz um acordo: vai uma vez e vamos embora. Ela montou no cavalo e ficou lá rodando. 


Mas, essa cara feliz, não tem preço. Eu fiquei cá fora, dando risada e o tempo todo me lembrando de Antonio, que iria adorar isso aqui. Talvez ele enloquecesse Ilma para levar  o cavalo para casa. Esse pequeno passeio aguçou o fascínio de Luiza por cavalos. No caminho de volta, ela planejou a compra de uma quinta para quando voltarmos ao Brasil, com patos, vacas, bodes, e é claro, cavalos. Disse até que iria para a escola à cavalo!

Na volta passamos na pracinha que tem ao lado da ponte, que se revelou um parque enorme quando se chega lá à frente. Mas, minha pequena amazona já se queixava de dores nas pernas, na barriga, nas costas. Só faltava doer os cabelos. Às 20hs chegamos na pensão, após um sanduiche em uma das inúmeras padarias do Largo. Subimos a muito custo os 72 degraus, banho + cama. Em menos de três minutos, Luiza (cansadíssima) estava a dormir. No outro dia, muito mais coisas para ver.

Saudades de hoje: de Antonio, que nos acompanhou em pensamento durante todo esse dia.

Té manhã, fiquem com Deus. 

   
  

Um comentário:

  1. Ai, Anninha, fiquei emocionada com seu passeio, com certeza Antonio adoraria, vendo todas essas coisas feitas especialmente para as crianças! Luiza estava uma alegria só, a carinha dela diz tudo, e só isso já vale a pena. E falar em pena, fiquei pensando nesses cavalinhos rodando o dia inteiro... é até um pouco cruel com os coitados! Eles são de verdade mesmo? E só porque Luiza ficou descalça o povo ficou reparando...Imagina Antonio dando aqueles gritos dele! Queria saber o que eles fazem com as crianças especiais deles, se elas vivem trancadas, escondidas...Acho que esse passeio será inesquecível para Luiza, isso é o que importa no final das contas. Beijos e saudades de vocês.

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