sábado, 19 de janeiro de 2013

Digam-lhe que fui ali: Braga

Na última etapa da nossa andança de natal, visitamos Braga e Guimarães. À Braga foi um retorno, pois quando meu cunhado Petronildo veio fazer parte do seu doutoramento na Universidade do Minho, eu e Luiza tivemos oportunidade de visitar essa linda cidade, capital do Minho. Logo à partida, percebemos que há entre Braga e Guimarães uma rivalidade. As duas cidades competem para ver que é a mais acolhedora, a mais intensa, a mais histórica, a mais bonita. Para mim, as duas são lindas.
Foto de Natal, em Braga.
Arco da Porta Nova ou Porta de Santa Cruz. É a entrada da cidade muralhada.
  
Chegamos à Braga quase às 13 horas, após pegar um comboio de Barcelos à Nine, e desta à Braga. Já na cidade, arranjamos um táxi, pois a bagagem estava pesada. Além disso, Luiza estava com fome. E não queira saber a valentia dum Ferreira com fome. Apesar de ser relativamente próximo, até a porta de santa cruz é um pouco íngreme nestas condições. Ficaríamos no Hotel Comercial, no Braga Shopping. Achei estranho quando o condutor começou a fazer ligações para saber com os colegas como chegava lá. Pensei: Deve ser o oco do mundo, como aquele hotel que ficamos em Ponta Negra, Natal. Apesar de bonzinho e arrumadinho, este ficava no final de Ponta Negra. Caminho esclarecido, o taxista subiu pela calçada, buzinando para afastar os transeuntes. Diante do meu pasmo, explicou-me que aquela manobra sobre o passeio era permitida para taxistas na Avenida Central. Deixou-nos à frente de um prédio com uma galeria abaixo. Subimos de elevador ao quarto andar para descobrir que estavamos no Hotel comercial errado. Este é um Hostel. O que fica no Braga Shopping é do outro lado da avenida central. Nos desculpamos e atravessamos a praça, já aquela hora bastante movimentada, pois na sexta-feira seria o encerramento do ano Europeu da Juventude, sediado em Braga. 

Luiza se divertiu com as moedinhas na parede

No hotel certo, deram-nos um quarto antiquíssimo no terceiro andar. E saímos para almoçar, a esta altura, Luiza já estava com uma cara de pouquíssimos amigos. Depois de muito procurar, paramos para pesquisar o cardápio de uma birosca. Um senhor muito simpático nos convidou a entrar, falando muito bem de seus pratos. Ficamos. E foi a melhor refeição da viagem, a vitela assada do Flor do Vouga é maravilhosa. Neste estabelecimento há um costume engraçado: os visitantes colocam moedinhas nos ressaltos das pedras da parede. Há moedas de todos os lugares do mundo e de várias épocas. E elas ficam lá, soltas. E ninguém leva! Deixamos uma moeda de 5 centavos brasileira que andava pela minha carteira para contribuir com a inusitada decoração. Após o almoço, fizemos um passeio até a Porta de Santa Cruz, visitamos a feirinha de produtos locais (caríssima), acompanhamos uma apresentação de um grupo de músicos e seus instrumentos esquisitos, que executavam - lindamente! - músicas com ares medievais. Às 17hs, retornamos ao hotel, cansadíssimos.
Músicos de rua em Braga
 
Luzes de natal

À noite fomos ver a decoração de natal da cidade, que estava belíssima. Enquanto passeávamos sob as luzes coloridas, inúmeros grupos  artísticos se apresentavam em diversos cantos da cidade. Braga efervecendo de cultura a cada esquina, misteriosamente sem chuva, mas envolta numa espessa névoa dos pequenos fogareiros onde assam as maravilhosas castanhas. Na hora do jantar, Luiza queria pizza. E fomos procurar, apesar de eu ter planejado levar Tony na Frigideiras do Cantinho, aquele restaurante que fomos com Petronildo, cujo piso é de vidro e mostra as muralhas romanas descobertas na escavação numa das reformas do prédio, acabamos no Braga Parque. Depois de tanto procurar por pizza, Luiza e Tony acabaram no Brasa Rio para comer feijão. Eu não aguento esses meus matutos! Eu preferi uma sopa de pedra, tipicamente portuguesa. É uma sopa de feijões vermelhos, com muita couve e repolho (diz-se couve lombarda), e enchidos de porco. Muito gostosa. Para completar o passeio, havia uma promoção de "Casa da Barbie". Luiza entrou e ficou lá a pintar e brincar com todo tipo de boneca, enquanto eu vigiava, e Tony esperava pacientemente sentado na pracinha. Voltamos ao Hotel e ai deu-se o problema. No quarto antiquíssimo não havia água quente. Liguei já contrariada para a recepção, e o jovem me aconselhou abrir a torneira e deixar a água correr até esquentar. A água correu, mas fria. Liguei novamente, e o sujeito veio ao quarto ver o que estava acontecendo. Defeito nas tubulações. A solução foi trocar de quarto.
Lulu e Tony na praça da República, Braga

Numa das muitas portas de Braga
 
No outro dia, mesmo sob a chuva, fomos em busca de umas lembrancinhas. Nosso comboio para Guimarães sairia às 11h32, havia pouco tempo para a última voltinha na cidade. Um problema que tivemos em Braga foi o tumulto da festa. A maior parte dos monumentos estavam com um palco ou uma arena para shows bem na frente, não nos restando bons ângulos para fotografias. Passamos na feirinha e compramos a pulseira com o nome para Mahria, que estávamos procurando desde a visita à Viseu. Por coincidência, a jovem que vendia era a mesma! No check-out, mais um problema: fui pagar com o Master, mas a jovem disse que a máquina não havia sido iniciada, e somente o gerente tinha o código. "Bonito, né?" Exclamei, nordestinamente. E se não tivéssemos dinheiro para pagar? A solução foi descer ao térreo e procurar um caixa eletrônico no shopping, para arranjar dinheiro em dinheiro. É muita falta de profissionalismo. Não é pelo fato de ter que pagar em espécie, mas é pelo desaforo. E eu, como não cabe desaforo na minha mala, voltei com os 40 euros e uma cara horrível. Efetuamos o pagamento e fomos embora do hotelzinho zebrado. A solução é dar uma suspensão eterna. Ou seja, nunca mais voltaremos lá, naquele hotel. A falta de preparo no turismo é imperdoável, pois deixa uma impressão péssima a quem visita. 

No caminho para a estação, lembrei-me do cocó do cão. Seria ainda resquícios do azar da pisada?! Às 11h35, estávamos a caminho de Guimarães.

E esse será o último capítulo da nossa andança pelo Minho.

   

3 comentários:

  1. Pena que não deu pra Tony ir ao Frigideiras do Cantinho, acho que é um lugar único, não é? Beijos e saudades de vocês.

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  2. Pensei q estes tilts de atendimento eram restritos ao nosso velho BRA, mas parece que a coisa vem das origens, é como digo, já q quer dar uma de cidade turística , tem q se adequar, pois vai que n se tem dinheiro para pagar, afinal vija-se com cartão, é mais prático e seguro. Odeio quarto de Hotel dando bronca... Graças a Deus os que pegamos foram todos satisfatórios, salvo um em Treviso que o aquecedor estava mto quente e sem regulação funcionante, mas aí nós mesmos resolvemos, entre-abrindo a janela do balcão, daí resolveu-se tudo, sem precisar chamar ninguém. Adorei tua foto neste arco,adoro estas construções comuns na Europa. Grande beijo para vcs.

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  3. Nido adorava esse restaurante Frigideiras do cantinho...

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