sábado, 31 de outubro de 2015

Filmes de horror horríveis

Pronto. Chegou o último feriadão do ano, e com ele, o mês de dezembro. Para nós, um superferiadão, pois o nosso Prefeito decretou que o feriado do dia 28.10, alusivo ao servidor público, fosse transferido para a sexta-feira. Então, foi 30.10 e esticaremos até o dia 02.11. Ótimo. Metade da população de Garanhuns viajou para o litoral. Nós ficamos porque Tony precisou extrair um dente, e aproveitamos o feriado para que ele ficasse mesmo de repouso. Então, nada de estrada, nem prainha, nem solzão. Ficaremos todos quietinhos em casa, ajudando-o a se recuperar. Felizmente, dessa vez até que a coisa toda não foi tão trash. Artes da Dra. Jaqueline Amaral, que vinha catequizando-o há pelo menos dois meses. Grande parte da população nordestina maior de 45 anos morre de medo de dentista, devido ao péssimo tratamento que tiveram na infância. O atendimento era péssimo e a política era a do saca fora o dente, mesmo que não esteja tão mal. A nossa sociedade chegou a cúmulo de incentivar a extração de dentes, inclusive dos saudáveis, pois houve uma época que acreditava-se que era chique usar prótese! e o que dizer dos dentes de ouro? Se fosse hoje em dia, era capaz do assaltante arrancá-los um a um! Um verdadeiro filme de terror. Não é à toa que fomos, durante muitas décadas um país de desdentados. São raros os que conseguem chegar à terceira idade com a dentição mais para mais, do que para menos, pois as famílias eram muito mal orientadas no cuidado à saúde oral. Felizmente, hoje isso mudou, e garotos como Luiza e até os menores, vão ao dentista sem dramas. 

Em razão disso, ficamos todos no estaleiro. Tony tem o horário dele para assistir o futebol do mundo todo. Fico junto alguns minutos e sempre arranjo algo para fazer ou vou-me embora. Luiza, aluga a TV para assistir seus programas de música ou desenhos que ela já assistiu um milhão e meio de vezes. Em conjunto,  haja assistir filmes antigos. E nesta época de halloween, há inúmeras opções de filmes de terror, horror e horríveis. Deixe-me explicar a categorização: Filmes de terror são aqueles que realmente lhe fazem medo. É daqueles que você evita ir ao banheiro à noite, pois tem medo que a alma penada do filme lhe espreite atrás da porta. É, tá rindo? Pois quando eu assisti ao "Exorcismo de Emily Rose", passei semanas com medo, ridiculamente com vontade de correr todas às vezes que apagava a luz da sala para chegar ao quarto à meia luz. Os filmes de horror, apenas assustam. Mas não lhe deixa com pesadelos, nem tentando se lembrar dos versos do "Creio em Deus pai". E os horríveis, são aqueles que você assiste, nem tem medo, nem se assusta, e, durante toda a fita fica com vontade de agarrar no pescoço da mocinha porque ela sempre tenta fugir pelo lado errado. 

Ainda agora, estava assistindo um filme horrível: O grito 2. Impressionante como uma lenga-lenga daquelas tenha rendido mais uma fase. Ô filminho ruim. É só aquela criatura esbranquiçada e cabeluda, correndo de lá para cá. Faltando 20 minutos para terminar, desisti de dar mais uma chance para que aquela lástima melhorasse. Uma leseira. Outro dia, estava passando roupas e liguei a TV na Universal. Estava passando pela tricentésima vez "Gritos mortais". É a história de uma dona que tinha uns teatros de bonecos. E ela não tinha filhos e por isso ficou muito amarga. Daí, parece-me (eu peguei o filme do meio para o fim, para variar) que ela queria casar com o filho de um sujeito muito rico, mas, o tal ricaço não permitiu porque ela era artista. Então, ela lançou uma maldição, na família e que os bonecos dela iriam matar todos os membros da família. O negócio era o seguinte: quando o boneco aparecia, a pessoa assediada não podia gritar. Se gritasse, aparecia uma velha bem feia (acho que era ela) e matava a pessoa. Pois, o filho do cara passou o filme inteiro sendo atacado pelos bonecos e na última cena, o miserável grita. Olhe, morreu foi todo mundo no filme. Pior que Ariano Suassuna. Não sabe o que fazer com os personagens, daí, mata logo a todos. É muita idiotice. 

Toda vez que falamos em filmes de terror, Tony cita que assistiu com uma namorada anterior (Xii, faz um bocado de tempo!) "Cemitério Maldito". Foi todo corajoso com a gaja ao Cine Jardim, e passou um bocado de tempo assustado com os zumbis do cemitério indígena de Stephen King. Eu não vi o filme, pois antigamente a censura era bem rigorosa. Os Comissários de Menores ficavam na porta do Cinema pedindo a identidade de quem não aparentava ter a idade que apregoava. Certa vez, num filme de 007 (esse para mim deve ser categorizado com filme ruim), Ilda quase que era barrada, só convenceu que tinha mais que 18 quando sacou o RG e apontou-o no nariz do homem. Quem manda ser baixinha? Pois, gosto muito do King, e Mahria é a minha fornecedora de seus livros. Na época em que lia "Trocas Macabras", a luz do quarto estava com mau contato, e às vezes apagava-se sozinha. Levei belos sustos com aquela praga de interruptor. Só me dei mal no dia em que inventei de filar a leitura de um livro que Ilma estava lendo. Às escondidas, li um capítulo do "Horror em Amytville", para nunca mais na minha vida. Aquilo é um livro desgraçado, e a censura às vezes tem razão, apesar de não ter achado nada demais na obra proibida de Truman Capote. 

Pois é assim. Coisas bem ruins acontecem na vida real, e nada que o cinema faça pode traduzir os depoimentos das sobreviventes do holocausto, colecionados por  Willy Lindwer, no livro "os sete últimos meses de Anne Frank". Na obra, que foi base para o documentário premiado em 1988, seguem-se os relatos de mulheres que  conseguiram superar o horror real promovido por seres humanos nos campos de concentração. A fome, a doença, a violência e a humilhação são tão intensamente descritas que espanta como essas pessoas conseguiram ultrapassar a tudo, reconstituir-se constituir família e levar vidas longas. Deus sabe do destino de cada um, pois se Anne e Margot tivessem aguentado só mais um mês, teriam sobrevivido. Terminei a leitura do livro emprestado por Izabel, com a sensação de derrota, mesmo sendo vencida a guerra. A vida real pode ser mais cruel do que o mais terrível filme de terror.

De qualquer forma, mesmo importando bizarros costumes do hemisfério norte, curtamos da melhor maneira o nosso feriado, e retornemos na próxima semana para encerrarmos bem a última etapa do nosso ano. 

Saúde para todos!
Até amanhã, fiquem com Deus.     

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