Em comemoração a aprovação do projeto, juntamos nossas coisas e fomos passar dois dias em Coimbra. Essa primeira frase merece duas correções: 1) Já havia planejado essa visita há tempos, mas sempre estava chovendo, alguém estava gripado ou ocupado. 2) Nem precisava ficar dois dias, pois Coimbra localiza-se a pouco mais de 60 km de Aveiro. Dava para ir e voltar no mesmo dia. Preferimos ficar, pois Luiza adora dormir em pousadas, hotéis e afins. E eu, queria mesmo dar um tempo de Aveiro. Já estava ficando cega pelo cotidiano.
Para mim, a viagem começa quando começamos a pesquisar o lugar, onde ficar, o que ver. E Coimbra, por favor, é um desaforo de atrações turísticas. O centro histórico é um livro de história a céu aberto! Esse ano, está completando a besteirinha de 900 anos. Não precisa nem dizer que eu fiquei encantada pelo lugar.
Mas, voltemos ao princípio. Com o nosso orçamento minguado de estudantes brasileiros, vítimas constantes da crueldade do câmbio flutuante e do famigerado IOF, é necessário fazer algumas adequações. Aprendi que na hora de buscar no Google um lugar para ficar é preciso usar o termo PENSÃO. Os resultados apontarão opções mais acessíveis ao nosso sofrido bolso. Se colocar POUSADA, só aponta o Albergue da Juventude. Apesar de sermos alberguistas, ainda não consegui hospedagem, pois as reservas tem que ser feitas com bastante antecedência. HOTEL, nem pensar. É caríssimo! Uma outra coisa interessante nessas buscas: como eu ando acompanhada apenas de uma criança é preciso tem cuidado na localização do alojamento, pois de nada vale arranjar uma pechincha que fique no fim do mundo. Vai ter que pagar táxi, um fura-bolso dos mais eficientes. E nunca, nunca faça a reserva pelos cadastros eletrônicos. Prefira um contato telefonico e a troca de e-mails, pois assim, são esclarecidas as condições de alojamento. Tem estabelecimento por aqui que não aceita crianças. Chegam ao absurdo de colocar a figura de um cachorro com a tarja transversal de proibido junto a um igual, só que com uma criança desenhado!
Reservas feitas, tomamos o comboio (trem) das 9 e pouco. As passagens são relativamente baratas: 4,50 inteira e 2,25 meia. Chegamos 11 e um pouquinho e fomos em busca da pousada. Outra maravilha da internet é o Google Earth (acho que vocês irão pensar que tenho patrocínio da família Google!) A visualização é maravilhosa, não há como se perder, se o endereço não for muito complicado. A pensão fica no Largo da Portagem, bem em frente a ponte de Santa Clara.
Ponte de Santa Clara sobre o Rio Mondego |
Largo da Portagem.A pensão que ficamos é o segundo prédio à sua direita. |
Como chegamos antes do meio-dia, fizemos o check-in e deixamos a mochila na recepção. Fomos atendidas por um senhor muito atencioso, que tratava Luiza por "Cachoupita". Fomos dar uma voltinha na cidade, almoçar e voltar à pensão para levar as nossas coisas ao quarto e descansar um pouco. Nesse meio tempo andamos à toa pela rua, até que alcançamos o Largo da Igreja de Santa Cruz. Neste pátio, onde se localiza também a Câmara Municipal de Coimbra há, salvo engano, quatro becos tortuosos, com sobrados muito antigos. No rés do chão (térreo) são casas comerciais das mais diversas: roupas, ferragens, pequenos restaurantes, quitandas, roupas de noiva e de fatos de festa. Como era domingo, tudo estava fechado, mas as vitrines são todas aparentes. Entramos em um e saimos em outro, olhando as vitrines e curtindo o passeio feito em pedras.
Um dos "becos". |
Almoçamos em um pequeno restaurante indiano, cujo proprietário mau falava português. Entre os membros da família (acho que era, pois tinha todos a mesma cara!), falavam alto em um idioma incomprenssível. O nosso almoço também é "modo econômico", um prato dá para nós duas. Depois, fomos à pensão. O nosso quarto ficava no terceiro (e último!) andar de um prédio antigo, mas muito bem cuidado. 72 degraus (aprendi a conta-los com Tony, acho que é um dado importante!), chegamos ao 35, com casa de banho privativa, uma tv (pequeno 14), duas camas de solteiro (e fazia tempo que eu não dormia sem Luiza me dando pernadas!) e um balcão lindo, escondido por cortinas brancas de renda. Simples, mas muito bom.
À tarde, visitamos o "Portugal dos Pequenitos". Mas, fica para a próxima.
Saudades de hoje, e de todos os passos dados naquela cidade-livro de história: de Tony, não parávamos de dizer "Ah, ele vai gostar disso!"
Té mahã, fiquem com Deus.
Gosto muito das suas histórias de viagens, fico vendo mesmo todas as coisas através de suas palavras. As cidades muito antigas estão impregnadas das pessoas que já passaram por ali, é como se elas ainda estivessem olhando pra gente... Achei esse beco muito parecido com a rua Direita, Rua das Calçadas, ali ao lado da Igreja do Livramento, no Recife! Espero ansiosa pela segunda parte da história. Beijos e saudades.
ResponderExcluirFotos das pousadas tbém seria bom Anninha, mesmo que vc n coloque no Blog (mas pq n?) seria legal!
ResponderExcluirDescobri lendo "Bella Toscana e "Sob o sol da Toscana", que gosto de diários de viagem e o seu está lindíssimo! Tentarei fazer o meu o mais fiel que der..., na verdade, n vejo a hora!. Bjo prá vcs. Ciao!