Árvore de Natal da Baixa, Porto |
Como em todos os anos, programamos um passeio de final de ano. Em 2010 estava na dúvida se iríamos para Fortaleza ou Salvador. Acabamos migrando para Portugal e desde então, trocamos o sol e as praias tropicais de final de ano pelo frio e a chuvinha fina de começo de inverno no hemisfério norte. Esse é o nosso último inverno nestas paragens. Tenho planejado vir por aqui posteriormente somente na primavera-verão, no máximo até finais de outubro. Novembro à abril, está dispensado. Só por compromisso. Este ano, nos decidimos pelo Minho. Pegamos o rumo do norte dia 18.12, fazendo uma paragem no Porto, depois seguimos para Barcelos, Braga e Guimarães.
Assim percebo o Porto: se o sujeito vier uma vez, voltará 10. Se vier, duas, voltará 20 vezes. Uma cidade cosmopolita que tem tudo de moderno firmemente encravado nas tradições. Optei por uma pensão na Avenida dos Aliados, num prédio histórico. Deixamos as coisas na pensão e fomos em busca de comida. Nesta zona há muitos restaurantes, do caro ao barato. No restaurante Aliados fomos muito bem atendidos por um senhorzinho corpulento, largamente envolvido em um avental surrado do serviço de cozinha. Tony e eu pedimos vitela à jardineira, e Luiza quis um peru grelhado. Ela mal tocou no peru que estava com uma aparência de papel A4. Comeu a salada e as batatas fritas, beliscando pedaços da minha vitela. De sobremesa, natas do céu, um docinho parecido com pavê, com camadas de biscoito triturados e um creme branco adocicado.
Desta vez, mesmo sob o céu chumbo, fomos visitar o roteiro de Matosinhos. Como o roteiro é litorâneo, me prometi voltar no verão. Nesta época lembra muito aquela música "Vento no Litoral", de Legião Urbana. Litoral sem sol é deprimente. Gostei muito de ver o Porto dos Leixões. Na verdade, fiquei surpresa. Vamos andando despreocupados numa zona de pequenos prédios residenciais e de repente, ao descobrir uma curva, damos de cara com um guindaste imenso. O autocarro passa numa via que bem ao lado é a entrada de navios. Dá a impressão que os imensos cargueiros trafegam na pista ao lado. Em Matosinhos há uma área só de restaurantes especializados em peixe e crustáceos. O cheiro de peixe fresco e de peixe assado é incrível. Se eu tivesse asas, teria saído voando pelas redondezas, acompanhado as centenas de gaivotas que cruzavam os telhados. Para morar nesta área é preciso gostar de aves. Leixões é uma mistura do Jaraguá (Maceió) com Avenida Sul (Recife) numa cena de Os Pássaros, de Alfred Hitchcock. Quem quiser conferir, vá lá e veja com seus próprios olhos que as aves irão de levar!
Rua de Santa Catarina. |
Tony queria ver a 'árvore da baixa'. Não é que a bendita árvore ficava bem na frente da nossa janela da pensão, nos Aliados? À noite, descemos para jantar e ver a iluminação. Na mesma praça (aqui chama-se largo) colocaram uns balanços (diz-se baloiços), muito disputados pelos turistas e pelos habitantes locais para fotografias de fim de ano. Não conseguimos 'vaga' para fazer as fotos a noite. Preferimos voltar no outro dia pela manhã. Ideia simples, elegante e divertida. Não se espantem se no ano que vem surgir algo parecido no Relógio de Flores, em Garanhuns. O que é bom é para ser copiado!
Para fechar nosso primeiro dia de tour das luzes de natal, como disse Ilma, fomos visitar a Sé do Porto. De lá temos uma vista linda dos telhados e da estação de São Bento. O cheiro de peixe fresco e as cantorias das vendedoras nos chama atenção para o Mercado de São Sebastião, uma construção bonita, mas mal tratada. Fomos descendo a ladeira, enquanto subia uma fila de crianças pequenas organizadas em díades, uma coisa linda de se ver. Apenas uma professora à frente, e outra atrás. Os portugueses são muito ordeiros.
Na subida, entramos nas "banglas" (todas as lojas tem Bangla no nome: Bangla Store, Bangla Bazar) lojinhas dos indianos, abarrotadas de tudo que é coisa, inclusive de pequenas lembranças a um preço mais acessível que nas lojas de artesanato local. A bangla é um equivalente ao chinês, só que menos caótica. O ruim é que os proprietários tratam-nos como se fossemos roubar qualquer coisa. Como diz Tony: "o desconfiado é o ladrão". O tratamento só muda quando nos aproximamos do balcão com qualquer besteira na mão e o porta moedas em outra. Então, eles até sorriem! Compramos as besteiras de sempre e um cortador de unha, pois, vi horrorizada que as unhas de Luiza estavam imensas - e sujas, logicamente. Uma tigresa de unhas negras!
Mercado S. Sebastião |
Na subida, entramos nas "banglas" (todas as lojas tem Bangla no nome: Bangla Store, Bangla Bazar) lojinhas dos indianos, abarrotadas de tudo que é coisa, inclusive de pequenas lembranças a um preço mais acessível que nas lojas de artesanato local. A bangla é um equivalente ao chinês, só que menos caótica. O ruim é que os proprietários tratam-nos como se fossemos roubar qualquer coisa. Como diz Tony: "o desconfiado é o ladrão". O tratamento só muda quando nos aproximamos do balcão com qualquer besteira na mão e o porta moedas em outra. Então, eles até sorriem! Compramos as besteiras de sempre e um cortador de unha, pois, vi horrorizada que as unhas de Luiza estavam imensas - e sujas, logicamente. Uma tigresa de unhas negras!
Terreiro da Sé, Porto. |
Tomamos o comboio às 12h45min para Barcelos.
Na próxima, eu conto.
Até amanhã, fiquem com Deus.
Que roteiro maravilhoso!!!! PARABÉNS!
ResponderExcluirEstivesse no Porto dessa vez, não foi, Genésia? Vi umas fotos tuas com o Anselmo e a tia, acho que eram lá! Saudade de tu! Beijos!
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