terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tamagoshi

Estamos escrevendo (ainda) o trabalho de web 2.0. Depois que Rosa caiu do céu e do acompanhamento dos professores Fernando e Pedro deu-se um rumo na minha vida de estudante, e, mesmo que ainda esteja em terras brasileiras, já sou estudante da UA. Como tenho raízes fincadas na década de 1970, ainda me sinto "meio lá, meio cá", coisa de gente antiga que olha atravessado para educação à distância. Enquanto o visto não sai (e a culpa é de Muhamed Ata, que fez aquela bagunça toda com um visto de estudante no bolso!), vou estudando por aqui, via internet.  Com o restinho de juizo fundido, me acordei no meio da noite não sei porque me lembrando desse joguinho muito popular nos meados da década de 2000, penso que nem existe mais. Me deu vontade de incluir o "causo" na wiki, mas não cabe comédias em trabalhos científicos.



Uma invenção de japones solitário, que virou moda por aqui. Quando pássavamos pela Dantas Barreto, só se via essas coisinhas penduradas, sendo apregoadas a todo tipo de preço: os de 1,0 real, não aguentavam uma queda que o destino era o lixo. Produto chinês ou pirata tem essas limitações. Na casa de Maninha, residiam pelo menos três dessas criaturas irritantes, uma de cada criança, que cuidavam (mau) dos bichinhos. Um dia, saíram todos num passeio de sábado à tarde. As meninas levaram seus respectivos filhotes dentro da bolsa. Já Nyelsen, que sempre foi um cabeçudo, deixou sua cria jogada em algum lugar da sala de janta. A certa altura, o bicho começou a apitar, pedindo alguma coisa. Só que estava em casa era Ilma, qu nunca foi muito chegada às tecnologias. Pegou  bicho, olhou e deixou lá. Passou-se. Daqui a pouco, o bicho começou a gritar, a piscar as luzes, imporando alguma coisa que ela nem imaginava o que era. Apertou todos os pitocos (botões),  nada! o bicho só piorava a cada minuto! Já desesperda com o bicho que se espichava e guinchava em sua mão, correu para rua com os olhos verdes redondos de pânico. Não tinha nenhuma criança na rua! A pracinha estava deserta, parecia um cenário de teste nuclear. Do outro lado da travessa ia passando um soldado, mas não teve coragem de pedir ajuda. Se fosse uma pessoa, mas um pedço de plástico em uma tela de cristal líquido. Desistiu e colocou o quase desencarnado cuidadosamente no centro da sala.  
No final da tarde, quando  crinçada chegou, era hora de dar a nota de falecimento: "Ó, Nyelsen, teu bichinho morreu!" Correram todos para conferir o de cujus. "Mas, Ilma, o coitado só queria água!" Ela lá sabia que uma máquina bebia água? Burburinho de acusações surgiram por todos os lados, a mãe aproveitou para dar um sermão sobre responsabilidade e afastando-se para a cozinha, discutindo com o pai. Depois de confirmado o óbito, a carcaça de plástico foi aberta para uma autopsia. Restou apenas o ar de riso das adolescentes e minha irmã, para contar a história.
Té manhã!

3 comentários:

  1. Oiiiiiiiiiii! eu nunca tive um desses bichos virtuais, nunca me interessei, achava mesmo que era coisa para criança, mas eles já desapareceram, deram lugar aos vídeo-games, e às vezes eu acho que isso foi uma infelicidade, melhor a criança ficar de tocaia num bichinho virtual do que está fazendo de conta que está assaltado, matando, fazendo todo o tipo de maldade que é o que mais se vê nestes jogos de computador. Para adultos os tamagoshis são muito aperreantes,a gente tem de ficar de butuca neles para suprir suas necessidade e acaba esquecendo de compromissos muitas vezes importantes.
    Mas afinal, moda é moda, passa.

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  2. E, Ilda, tem umas coisas que absorvemos enquanto povo que é tão duvidoso. Esses bichos virtuais em um lugar que tem tanto bicho de verdade para ser adotado e cuidado?
    felizmente, essas modas passam, mas, você não acha que algumas demoram demais?
    Bjo!

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  3. É, tem umas modas que deveriam acabar mais cedo que as outras. Essa de adotar animaizinhos deveria ficar por mais tempo, apesar do preço da ração estar pelos ares e as consultas no veterinário também, mas vale a pena você ter um bichinho de estimação, socializa, além de ser um bichinho assim, bonito como Coroné Pelúcio!

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