terça-feira, 9 de novembro de 2010

Arrumando as malas (III)

Desta vez, acabei escrevendo à mão mesmo, porque fiquei muito tempo na web "chateando" (com) os professores. Preciso reconhecer: sou uma aluna "puiga de cós"! Nem pulga, é P- U- I- G -A mesmo! Com essas minhas zebras de documentação, fico mais por fora do que cego em tiroteio, daí a solução é o chat (daí "chatear"). Vim ao Recife, pela enésima vez resolver embrulhadas de documentos. O consulado devolverá o meu passaporte devidamente carimbado na próxima terça, 16, pois 15 é feriado. Mais um feriado. Vou ver se dar para embarcar no voo de 16.11 às 23 horas. Esse, só tem uma escala em Lisboa. Achei outro mais baratinho, mas é uma baldeação danada: Recife -Rio, em um voo da GOL. Rio-Madrid, em voo da Ibéria. 5 horas de chá de aeroporto em Espanha para pegar um teco-teco até Porto. Como a diferença (financeira) é pequena não vale a pena o intinerário. Devo chegar para assistir as aulas de quinta e sexta. São sete horas e meia de viagem + 2 de fuso horário, pois lá eles estão em horário de inverno (é o contrário daqui!). Geralmente são 3 horas entre Brasil/Portugal. Viagem em classe econômica, pois como estudante não dá para gastar o dinheirinho suado e economizado em luxos, devo chegar lá com dor nos joelhos de ficar naquela postura de tiranossauro rex. Mas, na atual conjuntura, o importante é chegar, pois já estou mais que atrasada!
Prossigo arrumando as malas. Baixei uns cds no meu pendrive para não ficar sem as nossas músicas favoritas, aquelas que tocam no carro. Quinta passada tomamos vacinas - eu e Lulu, pois Tony, na hora H sumiu!!! - Em Portugal não é exigência para entrada no pais a carteira de vacinação. Da Europa, somente a Russia exige. Mas, como irei me candidatar à bolsa de estudo, esse cartão é necessário, principalmente a vacina de H1N1 e tríplice viral, pois a Europa, mesmo tão chique, tem notificado casos de sarampo (Viva o PNI brasileiro, e suas maravilhosas e competentíssimas coordenadoras, como Joana D'Arc, daqui de Garanhuns, que por coincidência é minha cunhada! kkkkk!) Luiza ficou dois dias com os bracinhos intocáveis, coitada. As vacinas dão reação e doem depois da aplicação, mas é necessário. Acho que isso também ajudará a arranjar uma vaga para ela na escola. Na ANVISA (fica no aeroporto) fiz a troca do cartão local pelo internacional. Tive tanta sorte, que nem parecia eu e minhas embrulhadas: peguei o ônibus certo, parei no lugar certo, entrei pela porta certa do aeroporto que dá certinho na ANVISA. Fui muito bem atendida, passei na frente de 15 soldados do exército que estavam tirando o mesmo documento que eu, pois estão de partida em janeiro de 2011 para o Haiti. Cada um com suas guerras... Os "boinas azuis" são bem animados, se chamam de "corno" e "lenguenso" (nunca tinha visto essa palavra!), e morrem de medo de vacinas, alguns estavam bem nervosos. Só fiz a minha carteira, pois a de Ana Luiza tem que ser feita com ela junto, e, quem vai embarcar com ela é que assina. Se eu tivesse feito, ia dar bronca na hora que Tony for embarcar com ela.
Essa semana, tenho que ir atrás de burocracias: procuração, câmbio, passagens.
Um lado bom dessa demora foi que o afastamento de Luiza será pouco menos de um mês. No começo, calculávamos dois meses e meio. Enquanto ela termina o ano letivo no Diocesano, e Tony fecha os créditos do ano na Pós Graduação, eu procurarei um lugar para ficar e uma escola que receba Lulu, mesmo que seja na mesma série que ela concluiu, não tem problema, ela é adiantada um ano... Também, o que se esparava de uma menina que começou na escola com 1 ano e nove meses?! No começo, ficarei na casa de Francislê e Dayse, casal de professores brasileiros que trabalham na UA. Francislê é meu orientador, filho da minha querida amiga Genésia. Esses são os meus grandes incentivadores, que me motivam e me empurram para frente, sempre com uma palavra, uma oferta de ajuda. 
E assim, as coisas estão se vestindo! Nunca fui uma pessoa muito paciente, quero resolver tudo na hroa e do meu jeito. Essa fase, ainda em curso, tem contribuido para me mostrar que:
1) Nem tudo é como queremos.
2) Se queremos muito alguma coisa, devemos ir em busca, mesmos sabendo que tudo tem seu custo.
3) As coisas acontecem na hora que devem acontecer.
Quando nos exasperamos é porque não entendemos bem que o mecanismo do destino tem seu ritmo e lugar, e é alheio a nossa vontade. O principal aprendizado desse começo de doutoramento é que o exercício da paciencia, da fé que as coisas darão certo é o primeiro passo para maturidade. Espero ter constuído essas "competências", pois assim, serei melhor como pessoa. 
Té manhã! 
(às 17:30, no TIP, esperando o ônibus das 18hs).
     

2 comentários:

  1. Ai, ai, que bom! ótimas notícias, finalmente as coisas estão acontecendo! mas é como você mesma diz, as coisas só acontecem em seu tempo certo e não adianta a gente ficar se descabelando antes do tempo. Mas convém que não cruzemos os braços, exatamente como você disse, buscar, ir atrás, fazer o necessário! Estou muito feliz! e torcendo para que você seja bem sucedida, vou ficar, é claro com saudades de você e das minha princesinha mas, tudo a seu tempo! Manda uma foto no meio da neve se nevar!
    Boa viagem!

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  2. hehehe, não tem neve, mas segundo o professor Moreira (falei com ele na quinta-feira) estava um temporal danado e muito frio. Aqui esse calorão... Choque térmico à vista!

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