domingo, 5 de junho de 2011

Digam-lhe que fui ali: Lisboa, parte 2

Então...
Depois de ver o Mosteiro dos Jerônimos, Luiza começou a reclamar que estava com fome. E vocês não queiram ver um Ferreira com fome, eles viram bichos. Fomos procurar comida. Ao lado do Mosteiro à direita de quem sai, tem um café. Mas, a comida disponivel era tipo fastfood, e, não era o que procurávamos. Fomos para o outro lado, de onde viemos. Passamos pela frente dos Pastéis de Belém, naquela hora parecia um pregão da bolsa de valores. Era melhor voltar depois. Caminhamos pela rua, olhando os cardápios afixados nas portas dos restaurantes. Uma boa vantagem que tem na Europa é que há essa obrigação de expor o cardápio e o preçário dos pratos, assim, reduz a surpresa na hora da conta. Do lado do Pastel de Belém, subia um cheiro maravilhoso de carne assada. Luiza exclamou: "Quero carne!", mas os preços não eram adequados, atravessamos a rua, e encontramos o Adamastor, um restaurante simpático, com uma escadinha que lembrou o restaurante de D. Ana, mãe de Fabiana que fica na Avenida Caruaru. A ornamentação é toda em motivos náuticos e o lugar parece mesmo um barco. Os preços eram bons, esperávamos que a comida também. O almoço foi bom, apesar das porções de arroz alimentar uma criança de 6 meses e a salada de alface ser inversamente proporcional. Pedimos dois pratos: lombo de porco assado e uma seleta de peixes. Muito gostoso. A carestia ficou por conta do refrigerante: Uma coca-cola em latinha custou-nos 2 euros!
Após o almoço, atravessamos a pracinha dos cavalos e fomos ao monumento dos descobrimentos.



Fico impressionada como esse povo foi corajoso... só de olhar o movimento das águas do Rio Tejo e esse vento forte, fico imaginando como eles se lançaram ao mar naquela época, com uma tecnologia tão restrita. Realmente, admirável. O lugar é lindo, e o monumento perfeito. Não fomos ao mirante porque quando entramos na parte interna ouvi um atendente dizer para um grupo de visitantes: "fifteen for person" Voltamos da porta. Por esse preço, é melhor ficar olhando do lado de fora, e acompanhar a leitura pisada de Luiza. Quando ela encontra algo escrito no chão, ler pisando nas letras. É engraçado!


Foi nesse sítio que ela me fez comprar esse óculos RayBan legíiiiitimo a um camelô moçambicano. Ele pediu 7 euros, eu disse que dava 5. Nada feito. Ele apelou, disse que era um óculos de marca. "Pra cima de mim, meu chapa?! Isso é um genérico!" Um casal idoso parou para acompanhar a negociação, e Luiza com o óculos na cara. Tirei 10 euros da bolsa e disse: "toma aí, me dá 4 de troco e está tudo certo". O bobão não tinha dinheiro trocado. "Então, me dê esses 5 aqui!" puxei o dinheiro da mão do moço aturdido e risonho. "É, tá certo... Leve." E Luiza já ia lá na frente, toda chique com seu óculos novo.
Fomos à Torre de Belém.

É um dos monumentos mais lindos que já vi. Do lado de fora ela parece pequena, mas, por dentro são 5 andares em uma escadinha íngreme e estreita, escupida na pedra. São tantos recantos com lindas visões da Barra do Tejo! A vista do alto da Torre é belíssima! Na volta, o sol estava inclemente. Curioso, embaixo dos barcos parados na marina ficam váriso peixes, de vários tamanhos. Disse a Tony: "Mas, meu Deus, não aparece um menino para pegar esses peixes?", aos risos, ele sentencia: "Ô, Anninha, tu és pobre!" Na verdade, a pobreza segue a gente... Fico impressionada porque não aparecem crianças para atacar os pés de laranja ou aventurar nessa água parada para pegar esses peixes. Já dava um bom almoço. 
Na volta, passamos no Pastel de Belém. Cansada, Luiza começou a reclamar. E quem anda com criança, tem que fazer algumas concessões. Como ainda estava superlotado ( depois soubemos que fica assim dia e noite), deixamos o pastel para depois. Pegamos o VLT, que nos deixou no meio do caminho, não ia até a praça da Figueira. Descemos relutantes em um ponto de ônibus, esperamos mais 15 minutos até o próximo autocarro. Eu inventei de ir procurar um supermercado próximo à pousada. Sem perguntar, acabamos batendo na Mouraria, e nada de encontrar o bendido mercado. Aos domingos nesse bairro visivelmente mais pobre do que onde estávamos instalados, as pessoas colocam as cadeiras nas calçadas e canteiros centrais, lembra muito um costume antigo que tínhamos no interior. Os grupos eram formados de muitos negros e homens morenos de turbante, acho que eram silks indianos, que se calavam quando passávamos. Estranho. Desistimos e fomos com o restinho das forças à praça do Comércio.
Essa foto foi Tony que fez. Para chegar lá, da Praça da Figueira, atravessamos a rua Augusta, que aos domingos fica repleta de mesinhas e turistas de todos os cantos do mundo. Os mais jovens sentam-se nas escadarias, e até se deitam no chão, não escolhem lugar.
Voltamos à pousada, com os pés em chamas de tanto andar. 
No outro dia, estavam planejados mais uns passeios. 
Conto o resto depois.
Té manhã!

4 comentários:

  1. Tudo tão lindo que dá vontade de estar aí junto! A maldição é que depois que leio a palavra "Mouraria" não paro de cantar aquele fado antigo e triste...
    Eu conheço um "menino" que ficaria babando por aqueles peixes que vc viu!
    Já estou ansiosa pela parte 3. Beijos!

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  2. Anninha quando vcs saem à um desses passeios vc leva algo para anotações? pois é tudo tão bem lembrado e eu vi no livro "Bella Toscana "que a autora fazia sempre um diário pq n queria esquecer os detalhes das coisas que via. Maravilhosa sua descrição dos monumentos e do ambiente circundante. E acabaram não comendo os pasteis de Belém. O dez a pechinchada com o camelô, e mais ainda com a observação dos peixes e laranjas sempre no seu habitat natural, coisa que brasileiro n deixa quieto e sim , se fosse aqui n sobraria uma laranja nem um peixe , muito menos para contar a história. Mas vc esqueceu de dizer por quanto saiu o almoço, por nada n mas estou mto interessada no custo de alimentação por estas bandas do mundo. E Tony, uma coca-latinha por R$ 4,60 é mesmo um ROUBO!kkkkkkkkkkkkkk

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  3. O melhor mesmo é ir a casa das bifanas

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  4. Que fica na praça da figueira. E mesmo óptimo (relação preço qualidade) além disso tem uma esplanada com una vista maravilhosa para a praça o único problema e que a maior parte das vezes os lugares estão todos ocupados pelos turistas :/

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