sábado, 11 de junho de 2011

Digam-lhe que fui ali: Lisboa, parte 3 (a última!)

Concluindo:
Na noite do domingo, choveu cântaros. Como a cama de casal era muito pequena, preferimos que Tony dormisse na cama de solteiro e, eu dividi a outra com Luiza. Passei a noite me acordando para ver se a menina ainda estava na cama, pois, como toda criança parece um ponteiro de relógio. O aguaceiro desabou à noite, e de manhã estava aquele céu cinzento, e a temperatura baixou um bocado. Isso me trouxe alguns aborrecimentos, pois na mala coloquei somente roupinha de verão, e Portugal tem dessas surpresas: tanto faz está um solzão no céu, e daqui a pouco, fecha o tempo e a temperatura cai. Tive que vestir um vestido estampado com um casaco de xadrez, coisa que nem a alta costura aceita. Ficou um cão, mas, pelo menos, não senti frio.
Saimos às 9hs, o programa do dia era o Oceanário de Lisboa. Desde que vim por aqui há cinco anos atrás, planejava trazer Ana Luiza par a ver os peixes. Já tivemos a oportunidade de visitar o oceanário de Aracaju, do projeto TAMAR, e o aquário de Natal. Lindos, mas esse é o maior aquário da Europa. Tem todos os ecossistemas, é maravilhoso.
Para chegar lá, como o teleférico ainda estava parado, atravessamos a pontezinha de madeira sobre o Rio Tejo. Pense no medo! tenho horror a olhar para baixo e ver a água passando. Ainda assim, fomos, pois a vista é linda, apesar da manhã nublada.

Fomos aos ingressos. Na fila enorme e de várias nacionalidades e de várias faixas etárias, ficamos observando "cardumes" de crianças pequenas de escolas básicas a visitar o oceanário. Lindas, todas fardadas com jalecos amarelo, verdes, azuis, laranjas. Compramos o bilhete família (2 adultos + 2 crianças) por 29 euros. Como só tinha uma criança, perdemos a vaga de mais uma. Mas, como ficava mais barato do que o ticket individual, valeu o pequeno desconto. Na entrada, tartarugas de madeira enormes penduradas no vão do o prédio. Na subida da rampa, uma gravação com som de mar e pássaros já criava o clima para entrada no aquário principal. A estrutura é de três andares, com labirintos guiados por setas. O ambiente é escurecido, pois os peixes não se agradam muito de luz, com algumas excessões. Tudo fica meio azulado com a luz refletida na água e no vidro convexo que forma o aquário onde nadam peixes, raias, tubarões, tudo junto, harmonicamente.
    No habitat dos pinguins, deu para fazer fotos, pois dentro é proibido fotografar com flash e a "torradeira" (minha máquina fotográfica de poucos recursos) não corrige baixa luz. Os pinguins são ótimos! muito animadinhos e ficam fazendo gracinhas quando as crianças se aproximam. O frio nessa área é grande, pois o ambiente é adaptado ao ecossistema do bicho.
Essas lontras são ótimas. Elas ficam sérias, flutuando na água e girando suas caldas peludas como remos. Foi o bicho mais interessante, na minha opinião. Tony e Luiza gostaram mais dos tubarões. Olha a cara dela vendo esse "pedrador dos mares"!
Hehehe, isso não tem preço! É uma estrutura belíssima, muito bem cuidada, com muitos jovens monitores para dar informações em qualquer idioma. No final, tem uma exposição sobre ambientes sustentáveis, com cozinhas pequenas, adaptadas para crianças, ambientes com energia, técnicas de reciclagem. Tudo muito bom e educativo. A única ausência foi das tartartugas que estavam em uma exposição especial na outra ala, mas, tinha que pagar mais 15 euros para ver. Sem chance, as tartatugas fica paraa próxima vez!
Na saída, foi montada uma estrutura para que o visitante obrigatoriamente passe na lojinha de souvenirs. Tudo pela hora da morte. Ainda compramos duas canetinhas e um bloquinho de anotação, que Luiza escolheu. Depois, quando cheguei em casa, me arrependi de não ter comprado o pinguim-bebé de pelucia. Mas, fica para a próxima.
Fomos almoçar às 14h30 no shopping Vasco da Gama. Luiza queria pizza (aqui diz-se "pisa") Como havia filas em todas as lojas de comida decente, Tony acompanhou Luiza. Eu enfrentei uma fila enorme para tomar uma sopa juliana com uma bifana no pão (um bife na chapa dentro de um, pão) e um refrigerante médio. Eles passaram todo o almoço troçando da minha comida, dizendo que eu era doida, que aquilo era comida de jantar. Gastei 6 euros e ainda levei a metade da bifana na bolsa, pois o pão era enorme. Toda vez que eu abria a bolsa, subia um cheiro de carne, já estava me dando vergonha. 
Depois de bater pernas no shopping, voltamos ao Rossio. Depois de um breve descanso, fizemos uma caminhada na Restauração. 
Esse monumento fica no centro da praça, lembrando a retomada do poder nas colônias portuguesas, entre elas "Pernambuco, 1624". Depois, atravessamos a praça do Rossio e fomos até o elevador de Santa Justa. Esse elevador urbano corrige o aclive entre o Rossio e o Chiado, como o Elevador Lacerda, em Salvador. Depois de muito pedir, convenci Tony a subir, usando o argumento de Mano do Caetano: "Quando é que iremos voltar aqui para subir nesse troço?"

Fomos. A subida é beleza, lembra o mobilário do Vagão. O contudor novinho era chatíssimo, não quis nem conversa comigo porque eu queria pagar meia por Luiza. Sem negociação, pagamos 3 euros por cabeça. Subimos e enfrentamos uma escada caracol em um vento miserável (eu e Luiza de vestido, pense numa inconveniência). Tony estava trespassado de terror da altura, pois, no mirante do elevador parece um heliporto. Mas, a vista...

Muito linda! Depois, saimos do elevador e visitamos as ruínas da Igreja de N.S. do Carmo que fica em uma pracinha simpática. O museu arqueológico fecha na segunda feira, de sorte que ficamos olhando da porta. Na descida pelo elevador, encontramos um grupo de paulistas, que ficaram brincando com Luiza por causa da ventania. No elevador, o contudor (outro, não era o chato) nos alertou para o risco de andar por ali mais tarde. Há muitos assaltos e furtos à turistas que andam "de cara pra cima". Reflexos da crise. Como já era quase noite, voltamos a pousada para arranjar as coisas e "zarpar" no outro dia pela manhã. 
Foi um excelente passeio: aprendemos, nos divertimos. 
O pedaço que vimos de Lisboa nos diz que é uma linda cidade. 
Té a próxima viagem! Fiquem com Deus.
No mirante do elevador de Sta. Justa. Luiza segurando as saias!

4 comentários:

  1. Adorei a viajem. Me senti na própria Lisboa, velha cidade! Que essas lembranças embalem os muitos anos que vcs hão de viver juntos! Beijos.

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  2. Adorei também, é tudo tão antigo, tão limpo! Será que você vai se acostumar com as coisas de cá novamente? Aproveitem bastante! Beijos e saudades.

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  3. Brasileiro é o bicho mais adaptável do mundo e claro que ela vai se adaptar por aqui sim, como n? Estas são experiências q ficam na vida da pessoa e ajudam-nas a melhor as coisas que virão. pensem bem na oportunidade que está tendo Luiza de conhecer estas coisas, belas e históricas . Um passeio delicioso pelas nossas origens. Maravilha!Grata por compartilhar conosco sua odisseia lusitana.

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  4. Fico revendo as fotos e imaginando quantos "lin-lins" devem andar por essas ruas...

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