domingo, 31 de julho de 2011

Férias: Artes e Palco

Pintura facial feita por Mimi
 As férias de verão da Europa são o sonho de consumo de todo o estudante brasileiro. Na educação básica são, em média, 70 dias de descanso. Luiza está folgando desde o dia 23 de junho e só voltará à escola no início de setembro. É bom lembrar que essa folga toda equivale aos dois períodos de férias escolares que temos no Brasil, em julho e em janeiro. Uma pela a outra, dá no mesmo. A vantagem aqui é que se aproveita muito bem o verão, período do ano em que tudo é lindo. Como as demais cidades turisticas de Portugal, Aveiro está lotada de turistas e todo final de semana tem alguma coisa diferente para ver.

Luiza e Alice
Mas, quem tem filhos pequenos sabe que período de férias é também de preocupações. Afinal, os pequenos estão livres e cheios de energia, e os pais, nem sempre. Como cá somos só nós duas, tenho que administrar o tempo da melhor maneira possível para atender aos meus compromissos de estudante, com prazos super apertados. Tenho que planejar passeios, inventar brincadeiras, assistir desenhos e filmes. Agora, por exemplo, enquanto escrevo, converso com Luiza que está a folhear um livro de Michelangelo.

Nestes dias, quem me ajudou a sobreviver as férias foi o programa de Artes e Palco no Verão (http://pantopeia.org/blog/) dos professores Ivo, Mimi, Diana e Rui, os mesmos que trabalharam O Cuquedo na escola. Com atividades artísticas multidisciplinares, esses professores salvaram a pátria de muitos pais que não tinham onde deixar os filhotes em férias. No meu caso, me  deram uma super força na semana da defesa do projeto, quando eu estava quase louca com os últimos retoques da apresentação, bem como na semana passada, quando estava adiantando um artigo super atrasado que ainda não foi terminado.

A Princesa Venenosa
Com o Cabeçudo, 
com a bandeira do Brasil
As atividades iniciavam-se às 9hs, mas, o pessoal só chegava após as 9h30min. Os garotos levavam lanche para o horário da manhã e o primeiro turno era até às 13h30. Quem optasse pelo almoço incluído, permaneceria até às 18h. Como as atividades foram no Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbekian que fica há poucos metros da nossa casota, almoçávamos juntas. Somente nos dias que tinha algum compromisso na Universidade, ela ficou para almoçar. E a experiência foi muito positiva. No dia da minha defesa ela almoçou bacalhau com natas. Mas, no almoço português há uma entrada: sopa! Luiza que rejeita sopa em casa, teve que tomar e até gostou! A Profa. Diana foi uma parceira na introdução desses novos paladares. Botava quente em Luiza para comer as frutas que levava de casa e não deixou que ela comesse doces. Na outra semana, o almoço foi empadão de atum, e a minha "nega véia" deve que comer... e acabou gostando. Aprendi que o problema da alimentação dos filhos é culpa da mãe-besta que só faz os gostos dessas criaturas.

Durante o período eles faziam atividades de Teatro (Prof. Ivo), plástica (Profa. Mimi), movimento (Profa. Diana),  vídeo (Prof. Rui) e atividades ao ar livre.  Com uma equipe dessas, não tinha erro: Luiza adorou a experiência! Todos os dias trazia novidades.

Luiza e Maria
 Não foi somente o fato de ter onde deixar a criança. Além de preencher o tempo de forma construtiva, o ambiente do Conservatório é excelente! É um passar de jovens e adultos com instrumentos, senhoras e seu material de pintura, muita ordem, muita disciplina. Mesmo com as crianças no setor, não se ouvia gritaria de menino. Quando tinham que utilizar os espaços comuns, os miúdos andavam em fila, lembrando aquele desenho Madeline, seguindo senhorita Clavel. Diferente do tumulto que fazem nossos pequenos. Outro fator muito positivo foi a oportunidade que Luiza teve de conviver com outras crianças. Isso faz-lhe muita falta, às vezes temo que a menina fique velha antes do tempo. Muitos amiguinhos novos, muitas novas brincadeiras destas duas semanas de verão. 

No final da sexta-feira, Luiza saiu chorando do conservatório, já com saudades dos  professores. E eu, satisfeitíssima com o resultado.

Té manhã, fiquem com Deus!



2 comentários:

  1. Muito boas essas atividades artísticas de Luíza, preenche o tempo com coisas boas e saudáveis, além de conviver com outras crianças. Às vezes eu me acho um pouco como a mãe de Marian, do livro "Sob o sol de Cabul", que não deixava a filha conviver com outras pessoas, para ela não sofrer...Gostaria de propocionar a Antonio um convívio bom com outras crianças, mas as crianças daqui não são, como diria, as melhores opções, meninos que vivem pela rua... Luiza vai crescer bem, em todos os sentidos, aproveitem bastante! Beijos e saudades.

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  2. É, Ilma, às vezes nós acreditamos que podemos proteger os nossos pequenos de todo o sofrimento, mas, somos apenas seres humanos tentando acertar. Crianças que vivem pela rua hoje em dia não são boas companhias... aqui, os meninos estão sempre acompanhados pelos pais, irmãos mais velhos ou em alguma atividade monitorada. Sós, nunca vi. Apesar do alto custo, gostei muito das atividades, Luiza precisa de companhia de outras crianças, sempre teve com quem brincar, e confesso que a "brincadeira" me sobrecarrega.
    Saudades imensas, mil beijos.

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