quinta-feira, 21 de julho de 2011

Digam-lhe que fui ali: Coimbra, Parte 1

Em comemoração a aprovação do projeto, juntamos nossas coisas e fomos passar dois dias em Coimbra. Essa primeira frase merece duas correções: 1) Já havia planejado essa visita há tempos, mas sempre estava chovendo, alguém estava gripado ou ocupado. 2) Nem precisava ficar dois dias, pois Coimbra localiza-se a pouco mais de 60 km de Aveiro. Dava para ir e voltar no mesmo dia. Preferimos ficar, pois Luiza adora dormir em pousadas, hotéis e afins. E eu, queria mesmo dar um tempo de Aveiro. Já estava ficando cega pelo cotidiano.

Para mim, a viagem começa quando começamos a pesquisar o lugar, onde ficar, o que ver. E Coimbra, por favor, é um desaforo de atrações turísticas. O centro histórico é um livro de história a céu aberto! Esse ano, está completando a besteirinha de 900 anos. Não precisa nem dizer que eu fiquei encantada pelo lugar.


Mas, voltemos ao princípio. Com o nosso orçamento minguado de estudantes brasileiros, vítimas constantes da crueldade do câmbio flutuante e do famigerado IOF, é necessário fazer algumas adequações. Aprendi que na hora de buscar no Google um lugar para ficar é preciso usar o termo PENSÃO. Os resultados apontarão opções mais acessíveis ao nosso sofrido bolso. Se colocar POUSADA, só aponta o Albergue da Juventude. Apesar de sermos alberguistas, ainda não consegui hospedagem, pois as reservas tem que ser feitas com bastante antecedência. HOTEL, nem pensar. É caríssimo! Uma outra coisa interessante nessas buscas: como eu ando acompanhada apenas de uma criança é preciso tem cuidado na localização do alojamento, pois de nada vale arranjar uma pechincha que fique no fim do mundo. Vai ter que pagar táxi, um fura-bolso dos mais eficientes. E nunca, nunca faça a reserva pelos cadastros eletrônicos. Prefira um contato telefonico e a troca de e-mails, pois assim, são esclarecidas as condições de alojamento. Tem estabelecimento por aqui que não aceita crianças. Chegam ao absurdo de colocar a figura de um cachorro com a tarja transversal de proibido junto a um igual, só que com uma criança desenhado!

Reservas feitas, tomamos o comboio (trem) das 9 e pouco. As passagens são relativamente baratas: 4,50 inteira e 2,25 meia. Chegamos 11 e um pouquinho e fomos em busca da pousada. Outra maravilha da internet é o Google Earth (acho que vocês irão pensar que tenho patrocínio da família Google!) A visualização é maravilhosa, não há como se perder, se o endereço não for muito complicado. A pensão fica no Largo da Portagem, bem em frente a ponte de Santa Clara.


Ponte de Santa Clara sobre o Rio Mondego
Largo da Portagem.A pensão que ficamos é o segundo prédio à sua direita.
 Como chegamos antes do meio-dia, fizemos o check-in e deixamos a mochila na recepção. Fomos atendidas por um senhor muito atencioso, que tratava Luiza por "Cachoupita". Fomos dar uma voltinha na cidade, almoçar e voltar à pensão para levar as nossas coisas ao quarto e descansar um pouco. Nesse meio tempo andamos à toa pela rua, até que alcançamos o Largo da Igreja de Santa Cruz. Neste pátio, onde se localiza também a Câmara Municipal de Coimbra há, salvo engano, quatro becos tortuosos, com sobrados muito antigos. No rés do chão (térreo) são casas comerciais das mais diversas: roupas, ferragens, pequenos restaurantes, quitandas, roupas de noiva e de fatos de festa. Como era domingo, tudo estava fechado, mas as vitrines são todas aparentes. Entramos em um e saimos em outro, olhando as vitrines e curtindo o passeio feito em pedras.

Um dos "becos".

Almoçamos em um pequeno restaurante indiano, cujo  proprietário mau falava português. Entre os membros da família (acho que era, pois tinha todos a mesma cara!), falavam alto em um idioma incomprenssível. O nosso almoço também é "modo econômico", um prato dá para nós duas. Depois, fomos à pensão. O nosso quarto ficava no terceiro (e último!) andar de um prédio antigo, mas muito bem cuidado. 72 degraus (aprendi a conta-los com Tony, acho que é um dado importante!), chegamos ao 35, com casa de banho privativa, uma tv (pequeno 14), duas camas de solteiro (e fazia tempo que eu não dormia sem Luiza me dando pernadas!) e um balcão lindo, escondido por cortinas brancas de renda. Simples, mas muito bom.

À tarde, visitamos o "Portugal dos Pequenitos". Mas, fica para a próxima.
Saudades de hoje, e de todos os passos dados naquela cidade-livro de história: de Tony, não parávamos de dizer "Ah, ele vai gostar disso!"

Té mahã, fiquem com Deus. 

2 comentários:

  1. Gosto muito das suas histórias de viagens, fico vendo mesmo todas as coisas através de suas palavras. As cidades muito antigas estão impregnadas das pessoas que já passaram por ali, é como se elas ainda estivessem olhando pra gente... Achei esse beco muito parecido com a rua Direita, Rua das Calçadas, ali ao lado da Igreja do Livramento, no Recife! Espero ansiosa pela segunda parte da história. Beijos e saudades.

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  2. Fotos das pousadas tbém seria bom Anninha, mesmo que vc n coloque no Blog (mas pq n?) seria legal!
    Descobri lendo "Bella Toscana e "Sob o sol da Toscana", que gosto de diários de viagem e o seu está lindíssimo! Tentarei fazer o meu o mais fiel que der..., na verdade, n vejo a hora!. Bjo prá vcs. Ciao!

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