terça-feira, 23 de agosto de 2011

Digam-lhe que fui ali: Feira de Espinho

As intermináveis férias de verão prosseguem. Sei que já tem gente por aí pensando que eu não quero a companhia da minha filha, mas, racionalize: são 24 horas por dia, os sete dias da semana no malabarismo de inventar todas as situações possíveis e imaginadas para diverti-la à baixo custo, e continuar com as minhas coisas, que não são poucas. Estamos escrevendo dois artigos, um já finalizei a primeira versão e o outro que estou afogada em dados em um programa que ainda estou aprendendo a utilizar. Quem me acompanha no Facebook viu uma postagem que fiz de um vídeo produzido por Ana Luiza, sobre uns macacos imaginários que ajudam-na revirar a casa, especialmente o guarda-roupas. Pronto, aquele vídeo é uma amostra do ambiente que disponho para produzir. Em razão disso tudo, tenho que reconhecer: estou estressada. No final das férias eu deveria tirar férias, mas, vida que segue, e eu não tenho como parar. É preciso prosseguir. De qualquer forma, está aberta a temporada de pedir desculpas a todos os que tenho ofendido virtualmente. São os efeitos colaterais de tantas resposabilidades, agravada pela solidão. 

Mas, vamos ao post. Desde que vim à Portugal em 2005 ouço falar da feira de Espinho, mas anda não havia ocorrido uma oportunidade de conhecê-la. Gosto muito de feira, pois é nela que vemos as pessoas do lugar como elas realmente são: ninguém vai com o melhor disfarce para uma zona de comércio popular. O vai-e-vem de pessoas e suas sacolas, a imensa variedade de produtos, cheiros e cores me alegram os olhos. Os vendedores cantam slogans apregoando suas mercadorias. É tudo caótico, e talvez por essa identificação,  eu me sinta tão bem.

Espinho é uma cidade de 22 mil habitantes, situada à  57 km de Aveiro. É fácil chegar, pois a linha de comboios é a passagem para o Porto, por isso bastante movimentada. Na segunda feira, a cidade oferece na rua 24 uma enorme feira de produtos variados. Vende-se de tudo, desde peixe fresco à roupas de festa e utilitários. 
Apesar de estarmos esgotando a reserva técnica financeira, pulamos no comboio às 9h30min rumo a cidade vizinha para conhecer essa que é a maior feira da península ibérica. A desculpa era comprar uma bolsa de escola para Luiza, pois a mochila dela está em frangalhos. Seria mais adequado comprar aqui mesmo na cidade, mas, não teriamos o passeio. Fomos jogando forca durante o percurso de pouco mais de 20 minutos. Apesar de nunca ter ido à cidade, e nem ter perguntado nada a ninguém, olhei no wikipédia informações sobre a localização da feira e conheci o caminho pelo Google Earth. Nem precisava, pois na estação de Espinho desceu a metade dos passageiros do comboio, curiosamente, a maioria mulheres acompanhadas com crianças. E eu pensando que a única criatura que estava escapando para enganar menino. Para achar a feira é só seguir a multidão. No caminho, passamos na Igreja, nossa parada obrigatória. Há lindos vitrais no interior da nave, mas, não fotografei, mesmo sem encontrar avisos de proibição, depois do passa fora que levei em Braga. Fica a lição, aprendi direitinho.
  E seguimos para a feira. Como já disse, vende-se de tudo: pães, frios, queijos, ortaliças, frutas variadas e cheirosas. Esses galões na foto abaixo são de azeite. Bem básicos!

  
A área que mais gostei foi a da cerâmica. Essas marronzinhas (castanha) são típicas da região. São muito bonitas e resistentes. Luiza gostou muito dessas que são desenhadas e levam tampinhas. Vende também panelas e faqueiros, candelabros e luminárias. Mais embaixo tem as utilidades de casa (panos, toalhas de mesa e aventais). Tudo muito lindo e colorido. Lá embaixo, após a travessia da rua, começa a área das roupas. Muitos casacos, peças em lã e couro. Coisinhas mais leves, já pensando no outono.

Na mesma área tem as bolsas e cintos. Muitas, que colocam qualquer mulher louca, mesmo as menos vaidosas ou quebradas. Compramos a bolsa de Lu, que escolheu uma da  Polly Pocket. Bem legalzinha. Do lado, tinha um saldão de bolsas de mulher por 3 euros. Não estava nos planos, mas, por esse preço, comprei uma bolsa rosa clarinho para mim. Gostei muito. Compramos ainda uns jarrinhos pequenos e um vasinho com uma planta de lindas flores roxas escuro que está esperando para ser transplantada para um vaso maior lá na cozinha.
A parte que Luiza mais gostou foi a dos bichos. Preás, galinhas, guinés, coelhos de orelhas enormes, pássaros variados. Lindos! Conhecia a expressão "balaio de gatos"... Mas, nunca havia visto um "balaio de patos"!

Compramos também um tigre inflável. E esse miserável desse tigre quase tira o meu juízo, ou melhor, o pouco que me resta deste artigo de luxo.  Desde que chegamos a feira, Luiza avistou uns balões inflados à hélio, com formas de bichos, e ficou insistindo que queria um. Depois de muita negociação, pois ela queria um golfinho do tamanho do mundo, comprei o tal tigre, que ela apelidou de Matraca. Vocês já trafegaram com um balão à gás numa ventania daquelas? Pois, nem tente. É o fim da picada.
Como Espinho é uma cidade litorânea e a praia fica bem ali na rua de baixo, atrás da estação, fomos dar uma olhadinha no mar. É claro que Matraca foi conosco, demos muitas risadas com o bicho voando. Após o almoço no Via 33, passeamos mais um pouco, pulamos no comboio de voltamos à Aveiro.

Agora, Matraca está aqui, colado no teto da nossa casota. De vez em quando, passo por ele e dou uma puxadinha na cordinha só para vê-lo retornar ao teto.

Foi um dia divertido. Lembrança de hoje: Feira de Caruaru, simplesmente maravilhosa.
Té manhã, fiquem com Deus  

2 comentários:

  1. Adoro feiras! Gostaria de ter visto essa, que com certeza é bem diferente de todas que já vi. Acho que Luiza vai ter muitas coisas inesquecíveis para lembrar. Beijos e saudades.

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  2. o que ela gostou mesmo foi da área dos bichos... queria até trazer um casal de preás para criar no armário da cozinha! Luiza está com cada ideia que você nem imagina.
    Mil beijos!

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