domingo, 4 de dezembro de 2011

Tv, Tv, Tv - Parte 1

Há muitos e muitos anos atrás havia um episódio da Família Dinossauros que eu adorava assistir, quantas vezes passasse. Claro que vocês se lembra da família jurássica de Dino da Silva Sauro e Fran, e seus filhos o vegetariano Bob, a consumista Charlene e o fofo Baby Sauro, que batia na cabeça do papai com um sonoro: "Não é a mamãe!" Também fazia parte da família a Vovó Zilda. Pois, esse episódio a que me refiro à partida era aquele que um meteoro caiu na casa de Dino e atingiu diretamente o receptor de televisão que hipnotizava a família. Fran já havia reclamado que a tv estava atrapalhando as interações familiares na hora das refeições, o que desagradava-a profundamente. Para fazer alguma coisa juntos, Dino dá o golpe na família, inscrevendo-a para participar de um show de prêmios da TV Antediluviana, cujo prêmio a família vencedora seria uma tv de muitas polegadas. Estudam de tudo e na hora do show, descobrem que suas perguntas era somente sobre tv. É muito bom o filme, vi todos os episódios veiculados no Brasil, e às vezes, parava com o controle na mão, para assitir a ponta de algum episódio visto há muito tempo atrás.

Quando comecei a trabalhar nas salas de aula do interior de Pernambuco no final dedécada de 1990, ainda acompanhei um finalzinho de discussão sobre os males que a TV causa a formação psico-social e emocional da criança e do adolescente, bem como a sua contribuição funesta para a desagregação dos valores familiares. Essa discussão hoje é superada, pois, com a evolução das tecnologias, nomeadamente das TIC das família Web 2.0, a TV perdeu o seu poder de fogo de destruidora de lares. Estamos vivendo uma nova fase. Os aparelhos de Tv estão mais magros e maiores, as telas Led/Lcd oferecem maior realismo às imagens, os controles com milhões de botõezinhos oferecem menus e menus, onde você pode escolher o que deseja assistir, na hora que quiser assistir, na língua que quiser ouvir programas do mundo inteiro. É só ter um dinheirinho para contratar um serviço de tv paga, que não é mais tão cara quanto quando inauguraram o serviço no Brasil.  Hoje, é possível obter um sinal de TV com "centos" canais a 18 euros. Uma bagatela.

A primeira TV paga a gente nunca esquece. Quando nos mudamos para a nossa casa, após a Cohab II, Luiza tinha 4 anos. Como a área em que residimos em Garanhuns é relativamente longe para os padrões locais, não dava para curtir o  inverno de chuva miudinha e constante em passeios pela cidade. Ficava mais cômodo e barato contratar uma TV que oferecesse uma número maior de opções e uma programação melhorzinha, pois a TV aberta brasileira é cruel, principalmente no final de semana: as batalhas pela audiência já nos remeteram ao fundo do poço da existência humana. Como não lembrar de Gugu, anunciando a atração em seu circo de horrores um ser meio peixe, meio gato? Me poupe, é muita idiotice. Mas, a parvoice televisiva não é restrita ao canal cuja programação é supostamente preparada para as classes D e E. Não há quem ature os apresentadores da Globo, Xuxa, Faustão e companhia. Somado à escravidão ao campeonato brasileiro de futebol, a TV paga é a melhor opção. Assim, Luiza acostumou-se desde pequenina a assistir tv com o controle nas mãozinhas, rapidamente aprendeu a manejá-lo, ganhando a mobilidade do telespectador independente: terminou um episódio ou perdeu o interesse, passa logo para outro canal em busca de algo que agrade. O ruim é acompanhar a rapidez do racicínio dessas criaturas que zapeiam pelos canais, às vezes vendo duas atrações ao mesmo tempo. Como a mãe é a terceira na linha de sucessão do poder de "dirigir" o controle da tv (primeiro vem a criança, depois, o pai), e numa atitude conciliadora para evitar brigas, já me acostumei com isso. Uma das coisas que mais faço é assistir pedaços de filme.

Quando mudamos para cá, comprei uma tv de 14 polegadas de uma marca que nunca havia ouvido falar. Imigrante compra o que o dinheiro aguenta, não o que há disponível nas prateleiras dos grandes hipermercados. Pois, a Jocel está firme e forte. O aparelho de DVD aguentou menos de um ano, e já foi destinado aos depósitos vermelhos de coleta de lixo eletrônico. Também, ele era muito fuleiro, não aguentava uma criança cutucando continuamente. Aliás, uma palavra sobre a destinação de sucata eletrônica: Apesar de já ter falado nisso em http://digaasnovas.blogspot.com/2011/02/nem-luxo-nem-lixo.html, vale a repetir que por essas paragens, há uns depósitos exclusivos para destinação de aparelhos eletrônicos sem condições de uso. Inclusive, neste final de ano uma importante rede de lojas do varejo eletrônico tem recebido esses aparelhos, e, a cada tonelada de material arrecadado, paga-se 100 euros em aparelhos novos para instituições de caridade. Pronto, esses depósitos acabam recebendo aqueles aparelhos que já não usamos e estão esquecidos em algum lugar na nossa casa. Afinal, para que queremos aquele velho video-cassete VHS que nos deu tanta alegria, mas que não serve mais?

No nosso primeiro endereço em Aveiro, a tv pegava somente com a antena interna. Assistíamos os canais SIC, RTP 1 e RTP2. Dava para o gasto. Na SIC passam as novelas da Globo, e a RTP é a TV do Estado. Num dos dois canais, assistiamos todas as manhãs o Zig-Zag, com o Pedro Leitão, um programa infantil muito inteligente. Quando nos mudamos para a Glória, a Tv negou-se a captar qualquer sinal, e foi assim que me rendi aos múltiplos canais da Meo, empresa de telecomunicações com quem tenho uma relação de amor e ódio. Mas, essa fase fica para o próximo post, uma série inspirada pelo meu amigo virtual Danilo Silva. Foi ele que primeiro me perguntou sobre a TV, e a ideia ficou incubando.  A figura de abertura é uma contribuição involutária de Michelle Duque, via Facebook.

Saudades de hoje: De Timmy Turner, nunca pensei que tivesse saudades dos Padrinhos Mágicos. Quando temos filhos pequenos, acabamos nos tornando catedráticos em desenhos animados, não é, Ilma Cristina? Acho que já quem anda nessa linha é Mônica Aresta. Em alguns dias serão titulados em Masters of HQ Gustavo Pessoas, Bruno Lopes e Fabiana Vilar. É apenas uma questão de tempo! 

Até amanhã, fiquem com Deus. 

3 comentários:

  1. Estava ancioso por esse post! espero o proximo! abraço!!!

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  2. Se eu já gostava de desenhos animados antes, depois de Antonio, assisto todos, só não gosto de Ben 10 e desenhos desse tipo. Sábado fomos ver o Gato de Botas e foi muito legal. Luiza vai gostar. Beijos e saudades de vocês.

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  3. Eita Anna, verdade. Apesar dele não entender muito ainda, mas já fica parado em frente a TV, acho que pelas cores e sons, daqui a uns dias ele assume o controle. kkkkkkkkkkkkk

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