sábado, 19 de maio de 2012

Revolução em pílulas

Tenho andado cansada nestas últimas semanas. Quem não conhece a rotina de cá, acredita que estou nadando em dinheiro e mais folgada do que calça de palhaço. Deixem pensar. A verdade é que o aperto é grande, principalmente de prazos. A maior angústia do doutoramento é a obrigatoriedade da publicação. Neste nível não se permite ficar selecionando informações e escrevendo tratados para a gaveta. É a submissão da ideia às cegas aos especialistas que valida a tese. É necessário publicar retalhos da produção à granel, para somente assim qualificar para a análise do conjunto da obra. E, como bom brasileiro, eu só vivo de última hora. Como a pressa é inimiga da perfeição, esta para mim é característica dos deuses.

Apesar do ritmo puxado (nos momentos decisivos, quando os prazos estão acabando e os trabalhos inacabados, chego a ficar 9 horas pregada no computador), não abdico da atividade de espreitar a vida alheia. Estão cheias de oportunidades de aprendizagens, nem que seja para apenas constatar que as coisas estão assim, porque na verdade sempre foram assim.

Outro dia, estava zanzando pelo Facebook, encontrei esta reflexão:

O tal Marx estava até certo em dizer que o que move as relações sociais é o confonto de classes. Os burgueses detém o controle sobre meios de produção enquanto o proletáriado vende sua força de trabalho. O que ele se esqueceu de dizer que as pessoas só buscam esse controle para conseguir sexo.
resumindo, o que move o mundo é a putaria!!!

Pablo Amaral é meu sobrinho, filho da minha irmã, Ilza. Este foi um dos elementos de uma conversa com Tony, acerca da revolução da sexualidade masculina. Isso não é novidade para ninguém: os comprimidinhos azuis mudaram o padrão das práticas sexuais masculinas, reintegrando ao vigor  sexual a população idosa masculina, redesenhando as relações sociais, econômicas e afetivas na terceira idade. No nordeste do Brasil tratamos os adoráveis vovôs de "véios", sem drama de consciência ou risco de ser tachado de politicamente incorreto. Não é preconceito, nem discriminação. É modo de falar, Velho é véio e pronto. Ou vai me dizer que um sujeito com mais de 60 é novo? Só se for para a terra dos pés juntos. Neste caso, é ainda muito cedo.
Pois bem, tal qual a revolução da liberação sexual feminina na década de 1960, a partir da comercialização dos contraceptivos, os comprimidinhos azuis tem causado um forte impacto (ou 'impacte'?!), sobretudo no design das famílias. São frequentes a dissolução de casamentos com 30, 40 anos. Não me espanta que daqui há uns dias as bodas de prata sejam fatos históricos registrados nos álbuns das famílias tradicionais. Boa parte dos rompimentos são motivados pelo abandono da esposa da  faixa etária do esposo por uma nova esposa sempre muito mais nova. Para as moças casadoiras abaixo dos 30 anos - é porque depois dos 30 já está pensando em formar família, e, foge a especificação do "headhunter" - é uma boa oportunidade de se arranjar na vidapois esses sujeitos já construiram um patrimônio, a fase de "contar caraminguá" foi vivida com a velha esposa velha.  Assim, valendo-se da compleição física enxuta, as mocinhas arranjam um meio de vida. A se valer da esperteza delas e da distração deles, um filho garante cadeira cativa na partilha dos bens da família, quando o aventureiro fechar o "paletó de madeira". São inúmeros os casos de filhos que tentam interditar o pai que após os setenta e muitos decide viver com uma guria de 24, como medida protetiva aos bens de família. Numa conversa jurídica, Tony me contou um caso destes: o juiz indeferiu o pedido de interdição do septuagenário baseado nas respostas que o "véio" deu aos questionamentos do magistrado. Declarou que estava muito feliz com a menina, e que sabia que a condição da relação não era o amor, mas a conveniência: ela queria o dinheiro e a boa vida que o velho poderia dar, e ele queria sexo. "Amor é para os jovens. Eu quero é me dar bem". Simples assim: Tudo muito consciente, quase um plano de negócios sexual. Com essa, os filhos perderam a causa e parte da herança. Contra fatos, não há argumentos. São os fatos que concorrem para a teoria do meu sobrinho.
E para as velhas esposas velhas, o que resta?
Se investiu em si e tornou-se alguém na vida (o que geralmente não faz a menina que investiu no relacionamento com o "véio")  tem a oportunidade de recomeçar. Com diria Coco Chanel, não se é jovem aos 40, mas é possível ser irresistível, inclusive a um estudante de graduação sem bolsa, e, com a vantagem de não ter conta na farmácia. Ou talvez a uma menina de 20, quem sabe? Um tiro na honra do  garanhão ao ser trocado por aquela menina pela qual ele daria casa-comida-e-roupa lavada!
A revolução das pílulas é um fato. Espero ainda o dia em que a maravilhosa ciência vai desenvolver as pílulas mais desejadas, para além das coisas realmente sérias: 1) As pílulas de naniculina do Chapolim, aquelas que lhe permitem entrar em um ambiente sem ser percebido, 2) As pílulas do bom senso, que ajudam a desenvolver a capacidade de ficar calado quando o melhor é calar, 3) Pílulas para substituir tintura de cabelos. Não há nada mais enfadonho do que lutar contra os fios brancos que teimam em aparecer em meio a minha cabeleira negra.
Até amanhã,
Fiquem com Deus! 

2 comentários:

  1. Sim, uma revolução as azuizinha, mas há de se lembrar as contra-indicações, como por exemplo para os hipertensos, que não podem nem imaginar em tomá-las, sob o risco de um ataque do coração...mas tdo bem, tá valendo...
    Adoraria a pílula anti-tintura(odeio ter que pintar o cabelo, e n admito mulher desleixada de cabelos desgrenhados)...e diga a Luiza que eu quero a fórmula dos sais de banho...Bjo. Ciao!

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    1. Ai, Mahria, eu mesma irei procurar nos papéis dela. Como boa Ferreira, Luiza é muito esquecida! Bjos!

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