domingo, 8 de fevereiro de 2015

Comidinhas 9

Pastelzinho brasileiro de Ponta Negra (RN). Só essa besteirinha

Há um bom tempo venho juntando umas experiências gastronômicas para fazer este post, mas,  sem qualquer razão aparente, sempre tenho protelado. Obviamente, não paramos de comer, mas, as coisas mudaram um pouco cá no reino da fantasia. O caso é que Tony finalmente reconheceu que precisava consultar um médico para tratar um rói-rói que tinha no estômago há anos. Desde o período português que o meu rapaz se queixava de uma dor no peito, especialmente à noite. Esse negócio foi evoluindo, até que um dia foi inevitável entrar na (imensa) fila de espera de Dr. Lincoln. Intermediado pela sua gentilíssima esposa (uma ajudinha do trade profissional do direito), a fila andou e a endoscopia foi feita. Aliás, esse exame é um capítulo à parte: os efeitos do anestésico são muito divertidos. Tony ficou todo cantor e garantia que podia conduzir quando não se aguentava nas próprias pernas. Eu o trouxe para casa, e ainda levei pito no caminho por não ter cuidado com os buracos no caminho. Caiu na cama e só acordou após as três da tarde, perguntando como havia chegado em casa. Olhem, a vida é bem assim. Pronto. Então, com o H.pylori identificado (doença de pobre, eu sei. Coisa de país subdesenvolvido.), o tratamento é uma coleção de comprimidos que agradaria qualquer fashonista, por parecerem botões coloridos. Depois, tratar-se-á a gastrite. Por isso, será necessário mudar o rumo dessa prosa. Não será mais possível comer pau-e-pedra. Já não somos mais tão jovens assim, e, o tempo, sempre cobra seus tributos.

Então, o primeiro alvo do corte foi o refrigerante. E querem saber? Nem me mortifico com a falta da Coca-cola. Gosto, mas, não me faz falta. Substituímos pelos sucos, que, convenhamos, no verão dos trópicos, há uma profusão de frutas que faz até vergonha beber essas coisas engarrafadas e cheias de conservantes. Na onda das frutas, aproveitamos, e erradicamos o docinho depois do almoço. E o chocolate também dançou. No dia de feira, vamos com nossas sacolas retornáveis e enchemo-as com mamões, goiabas, abacaxis, mangas e melancia. Até exagera-se nas bananas, também. uma dúzia por dois reais, é uma apelação. Na linha do reduza, reduzimos o pão nosso de cada dia, e, o meu marido turrão até se rendeu ao pão integral, como ele diz,  aquele que tem alpiste. O cafezinho também anda pela metade. O café da manhã é café de verdade, o da noite, descafeinado. Há alguma diferença entre os dois, mas, não chega a tanto. O café descafeinado a que tentamos nos acostumas lembra o café solúvel do Pingo Doce. 

E assim, vamos levando desde o início de Janeiro. Tony e Luiza estão esbeltos. Emagreceram. Eu, nem um grama. Que essa vida é uma injustiça, toda mulher com mais de quarenta anos bem o sabe. E nessa readaptação gastronômico-financeira acabei voltando para a cozinha. E tenho até melhorado a mão e acertado gradativamente o tempero. Das últimas peripécias à mesa ficaram as lembranças dos bons sabores do baião de dois do bodódromo de Petrolina:




E os pasteis de nata de Lisboa? Se for o legítimo Pastel de Belém, sinto muito, mas é até um desaforo não comer os bichinhos. Só aceita-se o não como resposta se for um caso de morte iminente a primeira mordida. E não é nada, mas uma patanisca de bacalhau, com salada e arroz é tão bom... lembrou-me tanto o omelete de mamãe!

   

Uma bela carne do sol com macaxeira frita não pode ser desprezada. É uma delícia para se comer nas férias e nos feriados, à beira mar, como em Natal. Aliás, o pastelzinho da abertura do post foi a surpresinha do ano. Na nossa última ano nas praias potiguares, optamos por comer bobagens numa lanchonete na praia de Ponta Negra. Pedimos sanduíches básicos. Tony, decidiu pedir um pastelzinho para esperar o sanduíche chegar. E o que nos veio foi um pastel descomunal, maior que uma folha de A4, com recheio de queijo, presunto e tomates que poderia ser colocado numa pizza. Ficamos boquiabertos olhando o pastelzinho, e o garçom, divertido diante o nosso pasmo, perguntava se queríamos mais alguma coisa. Felizmente, só pedimos um. No final da refeição, sobrou de tudo um pouco, que ficou na berma da rua para os cães vadios que nos seguiram atraídos pelo cheiro das sobras. Moral da história: sempre lembre de perguntar qual o tamanho do pastelzinho antes de pedir.

Enquanto isso, nos dias úteis, vamos nos acostumando com a alimentação caseira e colorida da nossa fase kitchen! Talvez, isso nos faça mesmo bem.

Até amanhã, fiquem com Deus. 



2 comentários:

  1. O pior é que em viagem (À trabalho ou a passeio) a comida Kitchen vai fatalmente para o espaço... afinal vc n vai desperdiçar as gostosuras regionais de onde vc vai?... À propósito, manda in box o teu email para eu mandar o exemplo de cardápio e proibidos /permitidos para a gastrite de Tony! Bjo. Ciao.

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