domingo, 3 de novembro de 2019

Recomeços e descontinuidades

Pronto.  Por favor,  deixem-me tentar.
Estava olhando os meus arquivos e deparei-me com algo interessante: completará na próxima terça, dois anos que fiz o último post. Os ficheiros antigos comprovam que o tempo é inclemente, e escoa-se em dias, meses. Por que parei, é um mistério. Simplesmente, num ensolarado mês de novembro, não encontrei motivo para escrever. Naqueles dias, julgava que "O Brasil estava muito chato" e a minha conversa, cansativa. Nem imaginava o que estava por vir. Pioramos em vários aspectos, é certo, mas esse suposto motivo não encontra fundamentos para se sustentar. Portanto, me dou o direito de dizer que não sei, até porque é melhor não saber de tudo sobre si mesmo.
Nesse intervalo, vivi permanências e mudanças. Continuo na mesma casa, mesmo emprego, mesmo casamento.  Continuo a mesma leitora assídua, ainda detesto festas e solenidades. Ainda pratico o desapego e, às vezes, me automedico. Ninguém é  perfeito. 
Contudo, o tempo transforma. Mudaram as mídias e, como exemplo, estou tentando escrever essas linhas no telefone. Teclado miúdo que me reverteu a "dedógrafa" vacilante. Além de lutar com a desatualização das palavras e com o ferrugem das frases, travo uma batalha com o corretor ortográfico, que autoritariament, teima em corrigir meus vocábulos inventados e reverter minhas ideias. Bens que ae tornam pedras no caminho.
Estava com saudades. Sei que a mídia é meio ultrapassada,  mas, vamos lá, conversemos um pouco. E quem sabe, daqui a dez, vinte anos essa carta de náufraga numa garrafa eletrônica encontre destino nesse mar cibernético. 

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