sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Como há dez anos atrás...

Ontem voltávamos da escola ouvindo Legião Urbana. A voz grave do Renato Russo nos levou há dez anos atrás. A música que tocava era "Teatro dos vampiros". Gosto das frases: "Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto". Há dez anos atrás isso era aminha cara, e ainda é, em parte. Saber quem sou ainda é um exercício meio duvidoso. Vou vivendo, e as coisas acontecendo... Nunca gostei muito de ter um foco muito definido, pois quando as coisas não dão certo, ficamos deprimidos. Para mim, a vida sempre foi temporária. Estamos aqui hoje, ali amanhã. Essas definições, são, portanto, bastante transitórias.

A canção retratava exatamente o que vivíamos, e dificilmente existiu um poeta com o qual a geração 1980 se identficou tanto. Éramos assim: pobres e "procurando emprego", o nosso país era o da hiper inflação e não existia escapatória para a dívida externa: já nascíamos devedores, assinando embaixo do "herói cobrado" do hino nacional... kkkkkk! Há 20 anos atrás, tirávamos a carteira de trablho aos 13 anos, crianças que se aventuravam no subemprego. Terminou o primeiro grau (como chamávamos o ensino fundamental, se vc é bem novinho não sabe que já foi assim), vai estudar à noite para arranjar um emprego e ajudar em casa, ou, pelo menos, não dar despesa. Hoje em dia, isso não existe mais. Os adolescentes ficam na escola mais tempo (isto é, deveriam ficar!), tem mais condições de se dedicar aos estudos. Recebem mesada, até mesmo os filhos de trabalhadores! Vão às festas, acordam tarde, reclamam da vida... Fazíamos tudo isso também, mas era preciso trabalhar. E não era ruim: as músicas eram melhores, as festas mais animais, dava pra voltar para casa andando pela rua, conversando na madrugada. 

Em dez, vinte anos, as coisas mudam. Mas, tem coisa que é eterna, como a música do Legião.


Té manhã!     

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