segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Casa nova, aprendendo a vida doméstica de cá!

Me mudei ontem, agora estou na minha casa. Não é uma casa espaçosa, nem de longe nos padrões brasileiros. Parece uma casinha de bonecas. Fica no telhado de um prédio da década de 60, na Rua Direita de Aradas. Essa rua não tem nada de direita, muitas curvas e carros voando, como o povo daqui é habituado a dirigir. Não sei onde vão com tanta pressa! O apartamento fica no sótão do número 52, com aquelas janelas inclinadas nos tetos. É um T2 (dois quartos), uma casa de banho (banheiro) e uma sala/cozinha. Para chegar lá, não olhe para cima, pois é capaz de perder a coragem: são 3 andares de subida, em uma escadaria de mármore desgastado e terríveis azulejos na parede. Ainda não encontrei vivalma nesse prédio. Só sei que mora alguém por aqui porque tem tapetinhos nas portas e ontem ouvi alguém tossindo à noite. Silêncio total, numa rua de trânsito bastante movimentado em que o vento assobia como em filmes de assombração. 
A mudança foi ontem, um domingo de muita chuva. Aluguei Francislê e Dayse, que além de me doar muitas coisas, ainda me ajudaram a carregar tudo. Retribuirei na mudança deles, prevista para o próximo janeiro. Nunca tive preconceito de aceitar objetos usados. Se me dão de bom coração, aceito, pois é uma despesa a menos, recordando sempre que deixei de ser uma professora classe média em Garanhuns, para ser uma estudante imigrante e pobre na Europa. Portanto, a minha casa é um lugar que quase tudo que há dentro, sei quem me deu: o colchão de casal (a cama ainda não chegou), a mobília da sala, os armários e a geladeira são parte do contrato de alugel. A cama de Luiza com colchão e forros, foi Dayse que deu, bem como os pratos, copos e panelinhas. Os talheres, vieram da casa de Sandrine, uma francesinha da Igreja Adventista. O forninho elétrico é herança de uma doutoranda bahiana que conviveu com o pessoal aqui, e que estava guardado na garagem de Dayse à espera de uma alma sem mobília. Sei que o que eu comprar aqui, vai ser repassado para outros estudantes que cheguem sem lenço e sem documento,como eu cheguei. 
E assim, a casinha está ficando bonitinha. A santinha que Ilda me deu, veio na mala e já está sobre a pequena lareira, que aqui chamam "fogão de sala", junto com duas de nossas fotos de praia, para dar mais calor a este inverno que se aproxima. Ando brigando com o fogão elétrico, pois, nunca usei esse negócio. Não acredito que uma luz vermelha consiga cozinhar um arroz, e tome fogo! Tive que ficar vigiando para não queimar o meu primeiro desafio culinário nessa jeringonça tecnológica. Apesar de não ficar um ouro 18, dá para ir se virando, e hoje é apenas o meu primeiro dia no meu canto.
Faltam mil e uma coisas bobas que só percebemos que existem quando elas faltam: um abridor de latas, que importância tem? Aos poucos, vou completando aqui, tirando dali, e quando Luiza e Tony chegarem as coisas estarão menos improvisadas, e, eles não terão que comer duas vezes por dia sanduiche de um delicioso presunto com azeitonas, o meu preferido agora.
Vou-me, estou "morcegando" a net do laboratório onde  vou trabalhar, pois ainda não resolvi o acesso a rede lá no prédio.
Té manhã!  
   

6 comentários:

  1. Eu sempre gostei de ler e sempre fico imaginando as descrissões que os autores fazem de lugares que eu com certeza jamais vi ou verei, e assim foi enquanto li a tua descrissão de seu novo lar, que por menor que seja, agora é seu E vai aprendendo a acender o "fogão de sala", vc vai precisar muito, já deu prá perceber n é? Ah e abridor de lata é util sim e aí como cá servem para abrir as latas sim... na faca é pau e quanto as garrafas no dente é impossível, logo , como eu sempre digo, cada um tem o seu uso, e cedo ou tarde se acha utilidade ou se sente falta de alguma coisa.Bem, deixe-me ir, boa adaptação no além - mar, a gente torce mto por vc. Bjo. Ciao!

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  2. Acho que quando você voltar já vai ter tanta história interessante e engraçada que vai dar um bom livro, vai ser um sucesso como o da Elizabeth Gilbert. A sua casinha nova deve ser linda, pois é cuidada com carinho e vai dar tudo certo, só falta mesmo os seus amores para ficar perfeito. Coisas usadas nós usamos a vida inteira, não é? roupas da missão, sapatos das irmãs e por ai vai... Sentimos muitas saudades de você. Um beijo grande.

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  3. Essas minhas irmãs!!! Maravilhosas como sempre. Ilma, exagerada como sempre.O apartamento é até jeitoso,parece uma toca. Falta me acostumar com o trânsito, pois quem vem do Castainho, é uma mudança considerável. E também com o vento,que por sinal,hoje está furioso! beijooooo!

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  4. Tb gostei muito dessas suas descrições! é interessante ver como as coisas sao diferentes por aí! Já estou um pouco acostumada pois Nido todos os dias fala comigo sobre as diferenças das comidas e das relações com as pessoas!
    Boa sorte!
    bjocas!

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  5. Meu nome sempre sai como Val , mas sou eu Vilma

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  6. Pq sai como Val? Fiquei pensando: quem é essa val que fala tanto com Nido? Com cuidado no cunhado! kkkkk! Nido é uma figura!

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