sexta-feira, 17 de junho de 2011

Água

Todo nordestino sabe o valor da água. Quem vive no semi-árido, tem a vida controlada pelas chuvas ou pela falta dela. Me surpreendeu saber que neste Santo Antonio minhas irmãs não fizeram pamonhas, pois não encontraram milho verde nas feiras. A única pamonha vista lá em casa foi uma foto que Ilda (apaixonada por pamonhas e excelente cozinheira nessa arte) postou no facebook. As chuvas atrasaram e o milho não chegou ao consumidor nas feiras garanhuenses. Quem tem algum contato com os produtores de S. João e adjacências, ou que tem uma partida de milho no fundo do quintal, ficou sem pamonha. Milho na festa do santo, só da Padaria do Rildo ou do milho cozido transgênico de origem duvidosa que vende nos carrinhos fumegantes no centro da cidade.

Saudades imensas de tudo isso.

Nestas bandas, até que temos água em abundância. Portugal tem dois rios bem famosos, Tejo e o D'Ouro. Aveiro tem muita água, pois é cortada por canais que deixam a cidade com um cheirinho bom de maré. Diferente do canal do Arruda ou da Domingos Ferreira, em Recife, os canais da ria são limpíssimos e dá até para visualizar os peixes. Às vezes, um peixe mais arrojado salta à superfície, dando um showzinho à parte. Chove sempre, e apesar dos muitos lagos, não há tantos mosquitos nessa estação quente, pois há muitos sapos. Um ambiente equilibrado.

Consumimos água comprada nos supermercados em garrafões de 5 litros. Não dispomos daqueles garrafões de 20 litros como no Brasil, e nem motoboy para entregar em casa.  Há uma classificação em água de degelo, de fonte e outras categorias que ainda não entendi muito bem. Meu critério de escolha é o preço: um garrafão custa 40 cêntimos. Há um grande consumo de garrafinhas de água, principalmente porque aqui a umidade do ar é baixissima no verão, a garganta resseca e o nariz fica ardendo. Uma garrafinha de 300 ml pode chegar a 1,50 nos shoppings. Por insistência de Luiza, comprei uma garrafinha de 300 ml no Monumento dos descobrimentos por 1,80. A exploração do turista é uma prática mundial.



Nome curiso dessa água, né?

Na Universidade, todo estudante anda com uma garrafinha de água de 0,50 litros ou uma maior de 2 litros, que bebem à boca da garrafa, sem a menor cerimônia. Aliás, isso me lembra uma confusão que houve na AESGA quando a Profa. Eliane decidiu cortar o fornecimento de copos descartáveis aos alunos, pois além de caro, não é ecologicamente correto. Foi um auê daqueles. Saibam vocês: a Universidade de Aveiro, entre as 200 melhores do mundo, não dá nem água ao aluno.  Aliás, não dá água a ninguém. Quem quiser, compre nos bares (cantina) que tem em cada prédio.

Enquanto estudamos aqui em casa, sempre tem uma garrafinha com água na mesa. E, nessa temporada, para exortar um ao outro a consumir o líquido, cantamos  o hit de Babau do Pandeiro:

"bebe água, galinha, bebe água, galinha
Riba os bico pra cima, vocês tudo são minha" 

Estou falando em água porque ontem recebi a conta da Companhia das Águas de Aveiro, e cheguei a conclusão que precisamos economizar o preciso líquido. Nossa continha veio a bagatela de 36 euros. Destes, somente 11,48 correspondem a taxa de saneamento. E tem mais um caminhão de taxas. Eu, estava pensando que a Europa é Garanhuns, usando a "água da compesa" como quem tem um poço artesiano. Apesar de caro, temos um serviço de qualidade, não há interrupções nem variações na qualidade do produto. Mas, economizar nunca é demais, além de ser politicamente correto, mantém a sustentabilidade do bolso.

Sem saudades da Compesa, que já me fez muita raiva.

Té amanhã, bebam água e fiquem com Deus. 

7 comentários:

  1. O nome da água mineral é Penacova? (pé na cova?)

    ResponderExcluir
  2. Olha, até que choveu bastante, mas os milhos devem ter ido pra outro lugar! Não é possível que no São João eles vão desaparecer também, pois do contrário o negócio vai ficar muito morgado. Dia desses eu ví um documentário sobre a nascente do Rio Tietê e fiquei besta: não tem quem diga que uma água tão cristalina vá se transformar num horrível esgoto quando chega à "civilização", uma pena e uma tragédia. Eu vou continuar por aqui, bebendo a água Serra Branca, que Penacova é muito sinistro! Beijos e saudades.

    ResponderExcluir
  3. Q coisa estranha, né? Mas,ali do lado tem um advogado chamado Joaquim Seisdedos. Como continuo sem conseguir postar comentários neste blog,vou tentar "passar um pitu" com outro endereço. Beijos.

    ResponderExcluir
  4. Conseguiiiiii! talvez tenha mudado,e eu era que não sabia!
    Saudades imensas de vocês!

    ResponderExcluir
  5. As vezes passo o dia inteiro e não bebo nenhuma gotinha de água! puro esquecimento!

    ResponderExcluir
  6. eu sou assim tb, Ilza nunca tenho sede! mas agua é muito bom!

    ResponderExcluir