sábado, 10 de março de 2012

Digam-lhe que fui ali: Porto (Parte 1)

Andei meio sumida dessas paragens. Estou muito ocupada com a tabulação dos dados de um questionário que aplicamos aos professores da AESGA com vistas a construir um perfil das práticas que desenvolvemos no quotidiano das nossas salas de aula. Na verdade, o processo de construção de um questionário é uma coisa bem complicada: fiz a primeira versão em dezembro, Francislê olhou assim, meio por cima e me mandou fazer com os objetivos de cada questão. Na segunda versão, já com os objetivos, lemos juntos cada questão, discutimos e surgiu um camião de correções. Mais uma sessão de correção, manda para dois professores para a validação por especialistas. Estes, muito gentilmente fizeram mais correções.
Em finais de Janeiro, estava pronto para a validação pelos pares. Como neste período era férias do professor no Brasil, peguei três colegas que estavam zanzando no Facebook e pedi-lhes que respondessem o questionário. Precisava de 70% de concordância nas respostas para atestar que as questões estavam escritas com clareza. Foram muito solícitos e num instante me devolveram. Fizemos mais duas correções e colocamos o questionário no formulário do Google Docs. Em 4 de fevereiro, dia do aniversário de Garanhuns, enviamos para os 80 professores em exercício na instituição.
O prazo para encaminhar respostas era até 4 de março, pois no meio do caminho, tinha um Carnaval. Mandei-lhes os questionários mais três vezes, e no final, uma versão em word para aqueles que tiveram dificuldades em aceder ao link. No prazo, conseguimos resposta de 40% dos professores, fiquei extremamente satisfeita, pois além do retorno, temos a participação de colegas que eu, sinceramente, não julgava que fosse responder. Pronto: Todas essas idas e vindas só para vocês saberem o lembrarem como se faz um questionário. Desde segunda, tenho inserido os resultados das 106 querys no SPSS, programa de análise quantitativa que utiliza-se à larga na UA. Como já tinha uma experiência anterior, ficou relativamente fácil de encontrar o caminho certo para trabalhar com o programa. Duas questões me deram imenso trabalho pois eram de associação múltipla e as combinações foram diversas. Ontem fiz as tabelas, e, vamos à análise desses dados, que é o que realmente dá trabalho. Mas, estou feliz porque a coisa está andando, e extremamente agradecida aos meus companheiros professores.

Voltando um pouco no tempo, no dia 25 de fevereiro, juntamos umas coisas e fomos ao Porto. Era o penúltimo final de semana da temporada portuguesa de Tony, e valia a pena ir ver o mundo para além das terras aveirenses. Ainda estava um pouco mareada com a enxaqueca do dia anterior, mas, nada que me impedisse um passeio.  Fomos no comboio das 10h19, e tivemos uma surpresa: agora, nos comboios estão utilizando os cartões magnéticos como os do metro de Lisboa e Porto. Interessante, pois reduz o consumo de papel e tinta que empregavam na emissão dos bilhetes. Chegamos ao Porto por volta das 11h30, descemos na linda estação de São Bento, em pleno coração histórico desta elegante cidade.
Estação de S. Bento, Porto.

Havia feito as reservas do hotel pelo www.booking.com, do qual já somos clientes. Até agora, os hoteis que temos reservados por este portal online tem satisfeito as nossas necessidades de mochileiros. Não deu nem para se perder, pois o Hotel Peninsular fica ao lado da estação. No sagão do hotel há lindos paineis de azulejo que retratam a coroação de uma princesa. Fomos muito bem atendidos por uma jovem, que, apesar de ser antes de meio-dia, como o quarto estava pronto, facultou-nos a entrada. Subimos ao terceiro andar em um elevador apertadíssimo, mas em boas condições. Luiza, que adora uma comodidade, decretou que todos os hoteis deveriam ter elevador. Deixamos as malas e fomos procurar um lugar para almoçar. Ao lado, há a praça dos Aliados e AV. da Liberdade. Um conjunto arquitetônico em perfeito estado.
Praça dos  Aliados, monumento a D. Pedro IV

Meu prédio preferido da Av. da Liberdade

Almoçamos no Restaurante Aliados. Eu pedi um arroz de pato. Luiza pediu picanha e Tony costeletas. Não gostamos muito pois as costeletas estavam cruas, o abacaxi do arroz de pato estava com gosto de amaciante de roupas. Só quem escapou foi o arroz de pato e a picanha de Lulis. Mas o atendimento foi bom e o preço, razoável: 17,50 tudo.

O programa da tarde era a visita a uma exposição de Dinossauros, no Pavilhão Rosa Mota. Pela consulta que havia feito ao Google Maps, dava para ir caminhando. Mas, preferi pedir informação a menina que nos atendeu no restaurante, que nos aconselhou ir de metro e descer na Casa da Música. Tivemos que perguntar mais uma vez para que lado ficava o Pavilhão, pois a sinalização turística do Porto é fraquinha. Por sorte, os habitantes do Porto informam muito bem e são muito gentis, me lembrou o povo de Natal, no Rio Grande do Norte.
Pavilhão Rosa Mota. Parece a Igreja de N.S. Perpétuo Socorro, em Garanhuns!


Na exposição, havia os painéis com as informações sobre os bichos. No ambiente seguinte, as  ossadas completas de dinossauros medindo até 18 metros e ovos com embriões de T-Rex. Bichos enormes. Na terceira sessão, os bonecos dinossauros em tamanho menor, em representação ambiental. No final, havia uma área de lazer para as crianças, com caixotes de areia para escavação, desenhos para colorir e jogos eletrônicos. Na saída, a criança ganhava um diploma de caçador de dinossauro. Luiza ficou satisfeitíssima.
Luiza na "escavação"

Na saída dos Dinossauros, Luiza com o diploma. Vejam, ao fundo, a fila para entrar!
Voltamos aos Aliados, e pegamos um autocarro para um CityTour. Este serviço é muito bom, pois apresenta a cidade, sem que tenhamos que andar com a criança. Tony comprou os bilhetes válidos para dois dias no quiosque e tomamos nosso lugar no primeiro andar do ônibus.
Igj. N.S. do Carmo no fnal da tarde

 O passeio foi bom até a hora que tivemos que descer para o interior do ônibus, pois já era final de tarde e Luiza estava com frio. Passamos a acompanhar a falta de profissionalismo dos dois condutores do carro. Rindo muito e falando alto. A uma certa altura, um deles abriu uma bolsa, tirou o telemóvel e tentou fazer uma ligação. Não conseguiu e jogou o telemóvel ao chão e pisou nele. Trocaram de condutor com o carro em movimento, um perigo absurdo. Parou em um local para conferir os bilhetes, quando aproximou-se de nós, pudemos sentir o cheiro de bebeida alcoolica. Foi a gota d'água. Ainda quis bater boca com o condutor, mas Tony me conteve: não se discute com bêbado. Quando chegou a praia de Gondarém, descemos do veículo. mesmo sem saber direito nem onde estávamos. Anotamos a placa do veículo para no outro dia, inaugurarmos o Livro de Reclamações, que há em todo estabalecimento público ou privado em Portugal. Só fiquei com pena porque não chamei a polícia. Como recompensa, ganhamos de presente este lindo por-do-sol!
Por do sol, Praia de Gondarém, Porto

Jantamos num Pizza Hut ricamente instalado em uma casinha de vidro à beira mar. Depois, boiamos num ponto de ônibus até descobrirmos que autocarro tomar para volta à São Bento. Incrivelmente, as pessoas que abordávamos estavam visitando o Porto! Já era noite quando entramos num autocarro que nos deixou duas ruas de onde estavamos hospedados. Lembramos aquela história de Olinda, quando ficamos boiando no Varadouro sem saber que ônibus tomar para chegar a Casa Caiada. 22 anos depois, fizemos a mesma asneira! Uma graça!

Chegamos às 20hs no Hotel e às 21h, já estávamos estendidos nas nossas caminhas num quartinho aquecido. No outro dia, tinha mais a fazer. Depois eu conto.

Até amanhã, fiquem com Deus! 

     

4 comentários:

  1. Toda viagem tem suas histórias e como nos enriquece... Já estou esperando a continuação!
    Abçs...

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    1. É, Marquinho, mesmo quando algumas coisas desagradáveis acontecem pelo meio do percurso, o balanço final é quase sempre positivo. Beijos!

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  2. Eu achei esse prédio da Av. Liberdade parecido com aquele da bolsa de valores no Recife Antigo e esse redondo parece mesmo com a nossa igreja do Perpétuo Socorro! Eu lhe aconselho mesmo, Anninha: não discuta com bêbados, que a maioria dos crimes banais, de consequências trágicas, vem daí. Estou esperando a segunda parte do passeio! Beijos e saudades.

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    1. É, Ilma! Tem lugares por aqui que são muito parecidos com o Recife. Talvez por nossa capital ser a cidade mais lusitana do Brasil. Apesar desse contratempo - jamais esperávamos nos deparar com um motorista bêbado -, o saldo foi muito positivo. A cidade é belíssima, é lugar para se volta muitas vezes. No final, prevaleceu o bom senso do Tony Neto, que conseguiu me segurar. É mesmo perigoso querer discutir com essa gente. Beijos!

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