sexta-feira, 16 de março de 2012

Digam-lhe que fui ali: Porto (parte 2)

Pronto. No outro dia, após uma noite muito bem dormida, pois Luiza já consegue se manter numa cama de solteiro sozinha, sem ameaças a sua integridade física, fomos ao pequeno almoço. Preciso dizer que a Pousada do Caju I, em João Pessoa continua invicta em matéria de café da manhã. O oferecido pelo Hotel Peninsular é fraquinho... Não é admissível um pequeno almoço em Portugal sem queijo e bolo. É a mesma coisa de oferecer um café da manhã no nordeste do Brasil sem frutas, façam-me o favor. Mas, o restaurante era bem bonito com móveis antigos e paredes cobertas de lindos azulejos.  Ao primeiro programa era ir lá no quiosque do Yellow bus e formalizar a nossa queixa quanto aos condutores embriagados da véspera. Uma jovem translúcida nos atendeu, contamos a história e ela logo perguntou: "A pessoa que dizes que estava bêbado era um jovem de aparência ucraniana?" Era ele mesmo. Parece que o bonito já era reincidente, só pela cara que ela fez. Pedi o livro de reclamações. Ela desconversou, mas acabou por entregar e Tony formalizou a queixa no formulário do livro vermelho. O Livro de Reclamações é obrigatório em estabelecimentos públicos e privados desde 2006, destinado a  registo de queixas do consumidor, mesmo quando o problema não pode mais ser solucionado, que era o nosso caso. Mas, fica a queixa, o registo é feito em três vias, e é encaminhado aos órgãos competentes para que outros consumidores não sejam lesados. Podem ter mais informações neste link: http://www.deco.proteste.pt/direitos/um-livro-de-reclamacoes-em-cada-canto-s407841.htm Como o nosso ticket era válido por dois dias, propus que fizéssemos o city tour para conhecer a linda cidade. Como no primeiro horário era outro condutor, fomos. Aquela queixa poderia dar em tudo, inclusive em nada.

Subimos ao primeiro andar do autocarro "que é mais giro", segundo Luiza. E a cidade apresentou-se lindíssima. Até a músiquinha repetida dos auscutadores (fones de ouvido) era melhor. Tony encantou-se com a canção, até ficou procurando semelhanças com a música brasileira. 

Ponte Luis I

Um dos prédios da Universidade do Porto

Rio D'Ouro

Só faltou o sol. O frio era intenso e cortante! Demos a volta até Gaia, do outro lado do rio e descemos no ponto final próximo ao Convento de S. Francisco. Já era hora de fazer o check out do hotel, e, na subida da rua, visitamos as lojinhas de souvenirs: numa, fomos atendidos por dois velhos turcos muito desconfiados. Na outra, uma jovem indiana de mãos tão finas. Mais na frente, um jovem negro da África lusófona, que identificamos pelo sotaque. Pareceu-me não ahver portugueses a trabalhar num domingo pela manhã. Compramos bobagens que todo turista compra, um globinho para a nossa coleção, e uma ursinha com um cachecol do Porto Futebol Clube. Como Luiza estava se queixando do frio, compramos um colete caríssimo: 5 euros! Rapidamente retiramos nossas coisas e acertamos a conta do Hotel e descemos à pé para a Ribeira.  
Próximo ao ponto final dos Bus.

Eu e Luiza, na Ribeira

 
Passamos em revista os menus dos restaurantes à beira do Rio D'Ouro. Há opções de todos os preços e o cardápio fica às vistas logo na frente do estabelecimento. Assim, evita-se constrangimentos. Escolhemos o Bar Prioridade, um rapaz muito simpático veio nos antender. Pedimos Filet de peixe, bolinhos de bacalhau e... picanha! Luiza tão matuta, só quer comer carne de novilho, até mesmo aqui! Estava tudo maravilhoso, acompanhado com um arroz soltinho e uma salada fresca. Custou razoáveis 26,50. Devíamos atravessar a Ponte D. Luís I para apreciar a vista de Gaia, onde se vê melhor a Ribeira. A essa hora, o sol decidiu aparecer. A travessia da ponte foi calma até que Tony me lembrou que abaixo dela havia um rio enorme... Atravesso pontes sem qualquer problema, desde que o piso seja de concreto, já disse desse meu pânico em http://digaasnovas.blogspot.com/2010/09/novas-e-velhas-pontes.html. Pois, na passadeira de chapas de metal desta ponte os meus passos ecoavam fazendo um "pof, pof" fantasmagórico. Comecei a suar frio e mal vi a paisagem maravilhosa, pois não tinha coragem de virar a cabeça para a direita e visualizar o rio. Vi apenas alguns cadeados presos nas estruturas de ferro, pois há uma crença de que se o casal passar pela ponte e puser um cadeado na mesma, ficarão sempre juntos. Sinto muito, romantismo,  mas o meu medo era maior. Rapidinho, cheguei do outro lado, e fiquei esperando os dois carajosos a atravessar em passos lentos. Na outra margem, em Gaia, a vista belíssima lembrou-me que Paulo Falcão me mandou um e-mail com uma apresentação exatamente desse lugar. Deu saudade das histórias e anetodas de Paulo!
Gaia, o lado de lá do Rio D'Ouro

Fomos até o Mercado, um prédio antigo amarelo, onde há muitas lojinhas e restaurantes, tudo muito bem cuidado. Às margens do rio, uma imensa área de lazer, com playground, gramados e um teleférico! Á primeira vista me lembrei de Paulo Camelo, o eterno candidato a Prefeito de Garanhuns pelo PSTU, que apregoa as possíveis maravilhas que um teleférico pode trazer à atividade turistica em nossa cidade. A ideia é ótima, mas é um projeto caro. Tenho dúvidas se nossa cidade suportaria os custos deste investimento. Pagamos 20 euros para dar uma voltinha. Mas, a paisagem e a experiência paga o bilhete! É maravilhoso.
Vista do Teleférico de Gaia

Eu e Tony Neto no Teleférico. Não demos vexame!
Passamos ainda no parquinho para Luiza brincar um pouco, enquanto nos esquentávamos ao sol morno da tarde, olhando os barcos ancorados no pequeno cais de pedra. Às 17hs fomos de autocarro para São Bento, onde pegamos o comboio de volta. Porto, a cidade que nos une, é uma cidade para voltar muitas vezes.

Surpreendentemente, ontem recebi uma ligação de uma senhora, querendo saber qual o nosso endereço (morada) completa. Perguntei-lhe qual o assunto, e ela esclareceu que era sobre a reclamação que havíamos feito sobre um serviço de turismo que compramos em Porto. Pois, parece que o Livro de Reclamações funciona mesmo. A correspondência ainda não chegou, mas o meu espírito de consumidor terceiro-mundista já se espanta com o simples retorno da queixa. Vamos ver o que vem lá!

Até a próxima viagem!

Até amanhã,
fiquem com Deus.  




  

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