terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Propostas, projetos e outros sonhos


Então, já começou o outro ano. Chegamos rápido a 2015. E o ano que passou teve bons momentos e momentos nem tão bons. Convivemos com nossas limitações e dificuldades. Superamos algumas de nossas limitações e dificuldades. Sempre, ao final do ano é comum que nos desejem: "que todos os seus sonhos se realizem no ano tal". Intimamente, fico pedindo que Deus me livre. Isso é lá coisa que se deseje? Se todos os sonhos se realizarem, o que fazer dos anos que estão por vir? O que nos move é a busca. Os sonhos de hoje, serão os projetos de amanhã e a realização dos dias próximos. Talvez tenha sido a maturidade que me ensinou a não sonhar com o imponderável. Hoje em dia, não desejo mais ser astronauta. Até porque tenho medo de altura, no espaço não tem música e a vida lá deve ser muito chata. Deixem-me cá com os desafios da gravidade. 

Em 2014 projetei ações que abortaram. Nem tudo que planejamos é para ser executado. A margem de erro existe para isso, e a flexibilidade deve ser sempre a principal característica que qualquer planejamento. Mas, algumas coisas vieram a termo do modo que foi possível e no melhor estilo "Anna Cecília". Ou seja, mesmo atabalhoado, atropelado, de última hora, acabou resultando. Terminei o doutoramento, motivo e razão da sistematização destes escritos. Estou juntando coragem (e dinheiro) para iniciar a batalha final da revalidação, esperando à sombra dos editais das UFs que me deram algum prazo. A despeito do prejuízo financeiro que esta espera acarreta, vou levando na base do "ninguém perde o que nunca teve", e agora, está bem mais perto do que longe. Tenho alguns artigos para concluir, umas propostas de trabalho para desenvolver, mas confesso que tenho andado com o "freio de mão puxado", dando um tempo para me dedicar a outros projetos, que para mim, são tão importantes quanto a vida acadêmica e o trabalho. Talvez estes cuidados tenham sido impulsionados pelas aprendizagens indiretas oportunizadas pelas experiências vivenciadas por pessoas próximas. Ou não tão próximas. No segundo semestre de 2014, Ilza adoeceu, submeteu-se a uma série de cirurgias, enfrenta um tratamento modernoso mas, incômodo. Adriana adoeceu, licenciou-se, fez cirurgias. Gabriela adoeceu, pariu pedras dos rins. Thayze adoeceu, foi para escola com uma sonda do nariz ao estômago, um exame para verificar fluídos. Que coisa agoniada! Tive dois alunos em acompanhamento especial, jovens acometidos por tumores, em tratamento, lutando pela vida. Aborreci muito a Nossa Senhora da Saúde que amparasse estas pessoas, uma mãozinha da santa advogada não faz mal a ninguém. A sucessão de casos me ensinou que o mais importante patrimônio que temos é a nossa saúde, e devemos colocá-la em primeiro lugar. Tudo o mais é acessório.  

E nos 365 dias que passaram, tive oportunidade de aprender com muita gente. Inclusive com meus sobrinhos, que ensinam a vida ao viver. Com Matheus, (re)conheci a incompreensão da genialidade. Há momentos que é preciso entrar na forma acadêmica e vomitar o conhecimento como manda o figurino. O desencanto fica como uma cicatriz de guerra. Só não se fere que não combateu. Larissa me fez (re)encontrar o brilho no olhar pela conquista do vestíbulo da vida. A batalha ainda vai no começo, mas delineia-se uma grande vitória. Com Iasmin, (re)aprendi que o que fazemos com nossos dias não pode ser definido por convenções sociais. Que tudo é relativo, e múltiplos são os caminhos para a felicidade. Com Mytsi, (re)pensei que os caminhos podem ser redefinidos, e que sempre há novas trilhas a quem se dispõe a caminhar. Amargar frustrações é um pulo para a doença do corpo. E com Mayda e Thaís (re)vivi dois estágios do amor-maior: concepção e nascimento da continuação de nós mesmos. Não preciso concordar completamente para extrair de suas experiências (re)aprendizagens essenciais para (re)definir minhas escolhas. É preciso aprender a se (re)novar constantemente.

Ah! Estamos trabalhando para o "Diga as novas" se transformar em livro. Tenho me divertido muito com a minha ingenuidade de quatro anos atrás.

Boas vivências em 2015.

Obrigada pela excelente companhia.

Até amanhã, fiquem com Deus.     

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