segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ocupação

Me atrasei, perdoem-me. Andei ocupada estes dias, numa semaninha animal. A quilometragem de casa para a escola deve ter dado para ir a São Paulo. Dobrei turnos, numa HBC (horas bunda/cadeira) absoluta. Tanto em casa, quanto na escola, ralei mais que estivador depois de greve. É da vida. Felizmente, mesmo o trabalho ruim não é dos piores. Só não aprecio quando percebo que estou rodando numa gaiola como um hamster. Já diria Dante: "O inferno é a repetição". Pois, concordo. Isso, eu odeio. Que fique para a mulher de "Cotidiano" de Chico Buarque as rotinas repetitivas. Fico meio Charlie Chaplin nessa cena de "Tempos Modernos". Uma cena divertidíssima, mas que nos provoca refletir acerca da automatização da nossa vida. Se estava procurando rotina, achei. Mas, a repetição é um fardo. Preciso inovar, nem que seja no caminho que percorro ou no meio de transporte que apanho. 

Então, a semana começou hard. Iniciamos um acerto no muro de casa, pois já haviam bichos malocados nas frestas. Uma noite destas estava na escola e recebi uma mensagem de Luiza: "mãe, eu vi um escorpião. Na hora fiquei com medo, as pernas tremeram e eu fiquei tonta. É um bicho muito perigoso." Liguei rapidamente para ela para saber do bicho. "Onde ele estava?", perguntei-lhe. "Ele ia pro meu quarto! E a Marcela matou!" Quando chegamos em casa, inquiri sobre inseto, que na minha imaginação e no alarido de Luiza era mesmo o escorpião rei, aquele do filme de aventuras. Felizmente, o bicho era pequeno, e Marcela, que é bem entendida desses animais, disse que ele não era do venenoso. De qualquer forma, não aprecio este tipo de companhia, de forma que diagnosticamos que o problema era o bendito do muro inacabado. Daí, contratamos "seu" João, e a casa estar em obras. Juju tem sofrido horrores pois tem que ficar presa numa varandinha tamanho de nada. Faz parte, é assim mesmo. O ruim é quando nos distraímos e  ela percebe o portão aberto e ganha a rua. Outro dia, ficamos eu, Luiza e Mari perseguindo a cadela pelas ladeiras sem pavimentação, levando todo tipo de drible. A bichinha é rápida! Hilário mesmo foi hoje pela manhã, Tony todo paramentado de advogado e perseguindo um cão basset salsicha. Felizmente, ela decidiu voltar para casa sozinha, no primeiro chamado. 
Obra em casa é um transtorno. Mesmo que o benefício seja maior, vivi deixando para depois, empurrando com a barriga. Mas, agora tornou-se inevitável. E precisei conciliar os pedreiros ouvindo o "arrocha" durante todo o dia, com os compromissos assumidos e prazos exíguos. A declaração de liberação da minha tese chegou, de forma que tive que correr para fazer uns ajustes (não os últimos, infelizmente), imprimir e enviar pelos correios. De sexta para cá, tenho trabalhado nisso. Somente hoje à tarde pude enviar o pacote completo pelo Correio, rezando para que não entre em exigência e que os "homis" dos Serviços Acadêmicos da Universidade de Aveiro recebam aquilo lá e deem destino a mais esta etapa da minha vida. Se não for pedir demais, tenho aborrecido um pouco ao Nosso Senhor para que interceda e que as provas públicas sejam marcadas em janeiro/2014. Daqui até lá as coisas estarão mais assentadas em seus cantos, e do calor, estarei pronta para o frio que não mais me assusta. 

Até amanhã, fiquem com Deus.

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