segunda-feira, 5 de junho de 2017

Pequenos prazeres

Estou mesmo escrevendo numa segunda pela manhã? É que hoje, excepcionalmente, fiquei em casa, esperando uma entrega de material para instalar a bendita calha. Tony não pode ficar, então, cá estou eu de castigo. Já são quase 11, e nada. Para aproveitar o tempo, vamos  fazendo pequenas coisinhas domésticas, que sempre estão aguardando um jeito ou uma solução. 

Parece-me que, definitivamente, o tempo mudou. Já faz um friozinho típico de Garanhuns, com temperaturas abaixo dos 20 graus. Já aposentamos os ventiladores e estamos às voltas com o bolor. Com as últimas chuvas, creio que não há casa que não tenha ao mesmo uma parede molhada. Mas para quê reclamar? muito mais difícil é a situação do pessoal da Mata Sul de Pernambuco, vítimas das enchentes. Temos a vantagem em Garanhuns que aqui só temos nascentes de rios, e toda a água escoa. É claro que temos populações carentes que necessitam de uma ajuda, principalmente em relação a estabilidade das moradias, a agasalhos e alimentação. No inverno, tudo fica mais difícil. Nesses momentos percebemos que a solidariedade, um traço cultural do brasileiro, ainda está intacto, sobrevivendo a este mundo cão. Muitas instituições se dispuseram a arrecadar doações. Lá na escola, o pessoal se mobilizou e arranjaram muitas roupas e alimentos. Na última quinta-feira, os colegas Carlos Eduardo e Cynira se desdobraram para encaminhar as doações, pois quem precisa tem pressa! Espero que as coisinhas tenham servido. Em 2000, acompanhei o drama de quem enfrenta uma enchente, através da experiência de uma colega que morava em Catende. Segundo ela, a enchente leva tudo e a pessoa fica somente com a roupa do corpo, e ainda dando graças a Deus, se todos permanecerem com vida. Em muitos casos, é recomeçar do zero, até os documentos pessoais se vão com as águas.

Pois, como o texto é sobre pequenos prazeres do cotidiano, mesmo nesta situação adversa,encontramos modos de nos presentear com um sentimento de satisfação que eu não sei o nome. Doar aquelas peças que não me serviam, mas que podem ser a salvação de alguém, me faz muito feliz.É como um dia de sol em uma semana de muita chuva: começa pela esperança de encher a máquina de roupa suja, pendurar tudo no varal e ficar espreitando as nuvens para adivinhar a chuva. O sol brigando com as cumulus-nimbus, as mais cinzentas incitando o pensamento positivo para que o astro rei se mantenha firme. E no final do embate, retirar a roupa seca e cheirosa do varal, um pouco antes da chuva fininha retornar, espantando os bichos para os seus abrigos. Enfrentar - e vencer - pequenos desafios também pode ser um prazer cotidiano. Na última sexta, me excedi na Coca-cola. O resultado, para quem já estava há meses em abstinência, foi uma leve crise de labirintite na manhã seguinte. Justo no dia em que sou aluna, no curso de inglês. Era mais indicado ficar em casa, de repouso. Preferi tomar um comprimido e partir para a escola. A aula foi ótima! Aprendi muita coisa num "cooking class", muito bem planejado pelo Prof. Jefferson. Todos os meninos (eu faço parte de uma turma de adolescentes de 11 a 17 anos. Temos dois coleguinhas que têm mais que 20, mas eu sou a "grandma"da turma, pois até o professor tem idade para ser meu filho) participaram muito, colaborando em todas as atividades. Pois bem, estava lá eu, tonta como se tivesse saído de um carrossel, fazendo coletivamente um bolo com recheio de doce de leite. Aqueles jovens nem sabem o bem que me fazem, pois tudo é muito mais simples quando você assiste a adolescência acontecer. Me atualizo e me renovo com essa feliz convivência. Na saída, Tony estava lá me esperando, para não me deixar ir a pé até o cetnro da cidade, pois, segundo ele, o sol estava muito quente e não me faria bem. Meu marido é um cavalheiro.  

Voltar a estudar inglês foi fazer do limão, uma limonada, pois já era o meu quarto retorno. Desisti três vezes por contada situações do trabalho, e, quando fui dispensada da pós-graduação da AESGA, vi na situação nada agradável uma oportunidade de retomar e retornar a fazer algo para mim. Por prazer. Sem obrigações, sem exigências de formação. É aprender por aprender. E isso é um pequeno grande prazer.

Fiquem com Deus! 

2 comentários:

  1. Digo-te: Garanhuns voltou a chover e esfriar como de costume. Eis a nova!!!

    Tentando fazer paralelos entre as partes da sua postagem, em algumas poucas brechinhas do meu dia, sinto-me desejoso para finalizar as pendências domésticas que vão se acumulando. Um jardim suspenso, a casa do cachorro, a manutenção da bike, o carrinho quebrado de Theo... Dar conta dessas pendengas são prazeres cotidianos que estou relegando em detrimento das obrigações cotidianas.

    Precisamos nos dar prazeres diários, mesmo que poucos e ou por pouco tempo: sair da sala fria e tomar um sol no estacionamento, parar para ver um passarinho pulando de um galho para outro ou acelerar um processo de entrega de donativos, deve deleitosamente nos alimentar.

    Ah... sobre os limões, tenho recebido alguns! Acho que vou fazer uma caipirinha.

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    1. Carlos, você é uma daquelas pessoas que iluminam um dia, mesmo com tanta chuva! Vamos juntar os limões, acho que serão suficientes para uma bela torta de limão! Beijos!

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