quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Pronto, falei!


I Bienal Internacional do Agreste. Foto de Virginia Spinassé.
Estamos nos nossos últimos dias de Brasil. Os arranjos para o segundo tempo em Portugal estão ocupando nossos dias. Por mais que tentemos ser previdentes e organizar as coisas com antecedência para não ficar atabalhoado no final, acaba não dando certo. Ontem, levei Luiza para fazer exame de visão, e descobrimos que a pequena já tem alguns graus de miopia, além do astigmatismo que já havia sido diagnosticado. Sai rebocando a menina pelo meio da rua com as pupilas dilatadas, cega ao sol do meio dia, para resolver pequenas pendencias bancárias e farmacêuticas. Coitada de Lulu, ontem passou o dia de molho, sem ler, sem internet, com a visão embaraçada pela atropina. Listadas, tem uma sucessão de compromissos, visitas, tarefas. A mala quase vazia jaz sobre a cama do quarto da frente, esperando que eu comece a jogar objetos e peças esparsas e aleatórias para quando for em cima da hora, lutar com zíperes e fechos. Ainda falta muito.  

Uma das minhas preocupações quando estava em Portugal era: “O que eu vou fazer quando voltar?” isso relacionado ao meu trabalho. A única garantia que eu tinha (e tenho!) é o retorno para a sala de aula, pois, professora é a minha profissão, e com prazer não vou deixar de ser. As coisas estão correndo muito bem, graças à Deus. Quando tocava no assunto com Francislê, ele me dizia: “nem se preocupe. Quando voltares, vai desabar o Carmo e a Trindade sobre si”, conforme dizem os portugueses quando aparece muita coisa para fazer e tudo ao mesmo tempo. E como sempre, o meu guru-orientador tinha toda razão. Estou assoberbadíssima de tarefas, para além das coisas que pensava que tinha para fazer.  

Logo que cheguei, Ademilto me fez um convite para uma conversa com os estudantes de EAD, sobre o “Conhecimento em tempos de web 2.0”.  Apesar do número reduzido, os participantes eram muito cooperativos, dispostos a partilhar saberes. Sai com a impressão que aprendi muito mais que ensinei. Já no início de agosto, me esperava uma turma da especialização em Gestão de Negócios &Pessoas, articulada por Virgínia, coordenadora de Pós Graduação da AESGA. Ela fez um ajuste no programa do curso para que eu pudesse participar, orientando a disciplina Metodologia do Ensino Superior. Boa parte dos estudantes eram ex-alunos da FAGA, que eu tive o prazer de reencontrar. Prazer maior foi ter a oportunidade de trabalhar com a queridíssima Norma Lins, nossa colega da Coordenação de Administração Hospitalar e a Virgínia, que cursava a disciplina para concluir o curso começado em períodos anteriores. Essas colegas professora deram um ritmo todo especial a disciplina, contribuindo com a reflexão de suas experiências na docência. Confesso que depois de quase dois anos longe das salas de aula, estava apreensiva. Os jovens me puseram à vontade: a jovem experiência de Rodrigo e a criticidade de Marcela, as tiradas de Antônio, as reflexões de Agnys, a perspicácia de Nerivalda, a concentração serena de Cezar. Uma turma excelente, coesa, participativa. Enxerguei alguns potenciais professores neste laboratório, pois é preciso gente nova. Terminei a experiência com a certeza de que a sala de aula é o meu lugar. Gosto muito de tudo isso.

Eu e Delanie no lançamento do seu 1º Livro: Planeta Terra!
Agora, no começo de setembro, fui apresentar uma comunicação no X Congresso Internacional de Tecnologia Educacional, promovido pelo SENAC/FECOMERCIO, no Centro de Convenções de Olinda. Expus à discussão a análise do primeiro mês de interação da nossa Comunidade de Práticas dos professores da AESGA, que utiliza como plataforma o Facebook. Por isso que eu vivo conectada ao Face, pois é a minha plataforma de pesquisa! Muita gente acredita que eu sou folgada, mas, dei um jeito de aproveitar esta interface para formação continuada de professores. A ideia foi bem recebida, até pelos fundamentalistas das Universidades Federais.  Para os professores, soou como música, uma vez que propõe a formação em meio virtual em uma plataforma livre, apostando nas microaprendizagens, em detrimento das longas jornadas de capacitação presencial. Para quem não tem tempo nem para morrer, é uma alternativa interessante. Estamos no meio do processo, cruzando os dedos para que funcione a contento Neste evento, tive o enorme prazer de encontrar uma amiga de escola lançando o seu primeiro livro. Delanie Velasquez (que na época da nossa 4ª série no Adventista era Delanie Viana) era a menina mais sabida da sala e dona da caixa de lápis de cor mais fantástica que eu já havia visto.

Quando voltamos havia uma mensagem de Eliane na minha box no Facebook. Fui lá na quarta pela manhã. Ainda na sala de espera, Sônia Marguette veio falar-me acerca de um projeto cultural para instituição, convidando-me a dar vistas à proposta. Aceitei. Depois, Eliane me convoca para um novo projeto em relação ao ENADE. Aceitei. Em seguida, Hely me convida para uma participação na I Bienal Internacional do Livro do Agreste. Uma mesa redonda e uma palestra. Aceitei, mesmo sem saber do dia, hora, local. As informações eram mínimas, mas, me disseram que era sobre gestão ambiental. Fiquei aguardando notícias.

No mesmo dia, Hely me encaminhou um e-mail da organização para que eu mandasse um breve currículo e o tema da palestra. Mandei e fiquei esperando retorno. No dia 08.09, confirmaram a nossa participação – eu , Prof. Carlos Guedes (UPE) e Prof. Marcos Renato (UAG/UFRPE) –  na discussão do livro da Sônia Bridi, repórter da Rede Globo, para o dia 09.09 às 19hs. Como participar da discussão de um livro sem ter lido nenhum capítulo? Consumi a paciência de Tony, que enquanto eu fazia o almoço para a família, foi à abertura do evento para comprar o “Diário do Clima”. Depois de duas viagens, voltou com um belíssimo exemplar de capa dura e um DVD com as reportagens, reclamando do péssimo atendimento na feira de livros.  Li alguns capítulos, fiz o reconhecimento da obra, e às 19hs estávamos lá. Depois de uma série de mal entendidos com a organização, nos convidaram para a discussão. Fui lá, e pronto: falei! Sobre o livro, sobre o evento, sobre as contribuições da obra para a sensibilização para a discussão da questão ambiental. Essa foto da Virgínia, uma vez postada no Facebook me deu os meus 15 minutos de fama. Melhor foi a oportunidade de reencontrar o meu querido professor e amigo Carlos Guedes e interagir com os dois profissionais que vemos tanto na TV – a Sônia Bridi veio com o Francisco José – ambos educadíssimos e sem qualquer sombra de afetação da fama. Gostei muito deles. Ambos os livros (o da Bridi e o da Velasquez) estão na fila para a sessão "Leituras e Reflexões".  A minha parvoíce do dia foi ter acreditado que Larissa era Kitty Lopes. Fiquei olhando embasbacada para a cara da menina, crente que era a mãe e pensando com os meus botões: “Que bruxaria é essa que Kitty fez que estar tão nova?” Apesar da famosa colunista social do Agreste estar cada dia mais bonita, tratava-se da filha dela. São parecidas que faz medo!

Conto tudo isso porque esta evidência local tem despertado comentários dos mais descabidos, dos quais temos dado boas risadas. Agora, tenho mesmo que ir juntar nossas coisas, pois o tempo é o mais democrático dos senhores: passa para todos, e o meu está apertadíssimo!

Voltamos após a travessia.

Fiquem com Deus.


3 comentários:

  1. Professora Ana, em primeiro lugar vou deixar bem claro que virei seu fã rsrsrsrsrsrsrsrr. E como eu ja te falei na Aula da Pós-graduação, minha próxima filha vai ser chamar Ana Cecília. um abraço e fica com Deus.

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  2. Anna Cecília, já falei e repito: adorei suas aulas e adorei você. Estou pensando muito sobre o mestrado e suas dicas estão sempre sendo lembradas. Uma ótima travessia e até a volta!!! Um grande abraço.

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  3. Fiquei imensamente feliz em encontrar você, amiga! Depois quero saber mais detalhes sobre o seu trabalho usando o face. Estou pensando em fazer algo assim também. Gostaria de trocar uma ideia com você. Ah! fiquei orgulhosa também de vê-la na bienal ao lado daquelas personalidades. rsrsss

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