I Bienal Internacional do Agreste. Foto de Virginia Spinassé. |
Estamos nos nossos últimos dias de
Brasil. Os arranjos para o segundo tempo em Portugal estão ocupando nossos
dias. Por mais que tentemos ser previdentes e organizar as coisas com antecedência
para não ficar atabalhoado no final, acaba não dando certo. Ontem, levei Luiza
para fazer exame de visão, e descobrimos que a pequena já tem alguns graus de
miopia, além do astigmatismo que já havia sido diagnosticado. Sai rebocando a
menina pelo meio da rua com as pupilas dilatadas, cega ao sol do meio dia, para
resolver pequenas pendencias bancárias e farmacêuticas. Coitada de Lulu, ontem
passou o dia de molho, sem ler, sem internet, com a visão embaraçada pela
atropina. Listadas, tem uma sucessão de compromissos, visitas, tarefas. A mala
quase vazia jaz sobre a cama do quarto da frente, esperando que eu comece a
jogar objetos e peças esparsas e aleatórias para quando for em cima da hora,
lutar com zíperes e fechos. Ainda falta muito.
Uma das minhas preocupações quando
estava em Portugal era: “O que eu vou fazer quando voltar?” isso relacionado ao
meu trabalho. A única garantia que eu tinha (e tenho!) é o retorno para a sala
de aula, pois, professora é a minha profissão, e com prazer não vou deixar de
ser. As coisas estão correndo muito bem, graças à Deus. Quando tocava no
assunto com Francislê, ele me dizia: “nem se preocupe. Quando voltares, vai
desabar o Carmo e a Trindade sobre si”, conforme dizem os portugueses quando
aparece muita coisa para fazer e tudo ao mesmo tempo. E como sempre, o meu
guru-orientador tinha toda razão. Estou assoberbadíssima de tarefas, para além
das coisas que pensava que tinha para fazer.
Logo que cheguei, Ademilto me fez um convite
para uma conversa com os estudantes de EAD, sobre o “Conhecimento em tempos de
web 2.0”. Apesar do número reduzido, os
participantes eram muito cooperativos, dispostos a partilhar saberes. Sai com a
impressão que aprendi muito mais que ensinei. Já no início de agosto, me
esperava uma turma da especialização em Gestão de Negócios &Pessoas,
articulada por Virgínia, coordenadora de Pós Graduação da AESGA. Ela fez um
ajuste no programa do curso para que eu pudesse participar, orientando a
disciplina Metodologia do Ensino Superior. Boa parte dos estudantes eram
ex-alunos da FAGA, que eu tive o prazer de reencontrar. Prazer maior foi ter a
oportunidade de trabalhar com a queridíssima Norma Lins, nossa colega da
Coordenação de Administração Hospitalar e a Virgínia, que cursava a disciplina
para concluir o curso começado em períodos anteriores. Essas colegas professora
deram um ritmo todo especial a disciplina, contribuindo com a reflexão de suas
experiências na docência. Confesso que depois de quase dois anos longe das
salas de aula, estava apreensiva. Os jovens me puseram à vontade: a jovem
experiência de Rodrigo e a criticidade de Marcela, as tiradas de Antônio, as
reflexões de Agnys, a perspicácia de Nerivalda, a concentração serena de Cezar. Uma turma excelente, coesa,
participativa. Enxerguei alguns potenciais professores neste laboratório, pois
é preciso gente nova. Terminei a experiência com a certeza de que a sala de
aula é o meu lugar. Gosto muito de tudo isso.
Eu e Delanie no lançamento do seu 1º Livro: Planeta Terra! |
Agora, no começo de setembro, fui
apresentar uma comunicação no X Congresso Internacional de Tecnologia
Educacional, promovido pelo SENAC/FECOMERCIO, no Centro de Convenções de Olinda.
Expus à discussão a análise do primeiro mês de interação da nossa Comunidade de
Práticas dos professores da AESGA, que utiliza como plataforma o Facebook. Por
isso que eu vivo conectada ao Face, pois é a minha plataforma de pesquisa!
Muita gente acredita que eu sou folgada, mas, dei um jeito de aproveitar esta
interface para formação continuada de professores. A ideia foi bem recebida,
até pelos fundamentalistas das Universidades Federais. Para os professores, soou como música, uma vez
que propõe a formação em meio virtual em uma plataforma livre, apostando nas
microaprendizagens, em detrimento das longas jornadas de capacitação presencial.
Para quem não tem tempo nem para morrer, é uma alternativa interessante. Estamos
no meio do processo, cruzando os dedos para que funcione a contento Neste
evento, tive o enorme prazer de encontrar uma amiga de escola lançando o seu
primeiro livro. Delanie Velasquez (que na época da nossa 4ª série no Adventista
era Delanie Viana) era a menina mais sabida da sala e dona da caixa de lápis de
cor mais fantástica que eu já havia visto.
Quando voltamos havia uma mensagem de
Eliane na minha box no Facebook. Fui lá na quarta pela manhã. Ainda na sala de
espera, Sônia Marguette veio falar-me acerca de um projeto cultural para
instituição, convidando-me a dar vistas à proposta. Aceitei. Depois, Eliane me
convoca para um novo projeto em relação ao ENADE. Aceitei. Em seguida, Hely me
convida para uma participação na I Bienal Internacional do Livro do Agreste.
Uma mesa redonda e uma palestra. Aceitei, mesmo sem saber do dia, hora, local.
As informações eram mínimas, mas, me disseram que era sobre gestão ambiental.
Fiquei aguardando notícias.
No mesmo dia, Hely me encaminhou um
e-mail da organização para que eu mandasse um breve currículo e o tema da
palestra. Mandei e fiquei esperando retorno. No dia 08.09, confirmaram a nossa participação
– eu , Prof. Carlos Guedes (UPE) e Prof. Marcos Renato (UAG/UFRPE) – na discussão do livro da Sônia Bridi, repórter
da Rede Globo, para o dia 09.09 às 19hs. Como participar da discussão de um
livro sem ter lido nenhum capítulo? Consumi a paciência de Tony, que enquanto
eu fazia o almoço para a família, foi à abertura do evento para comprar o “Diário
do Clima”. Depois de duas viagens, voltou com um belíssimo exemplar de capa
dura e um DVD com as reportagens, reclamando do péssimo atendimento na feira de
livros. Li alguns capítulos, fiz o
reconhecimento da obra, e às 19hs estávamos lá. Depois de uma série de mal
entendidos com a organização, nos convidaram para a discussão. Fui lá, e
pronto: falei! Sobre o livro, sobre o evento, sobre as contribuições da obra
para a sensibilização para a discussão da questão ambiental. Essa foto da
Virgínia, uma vez postada no Facebook me deu os meus 15 minutos de fama. Melhor
foi a oportunidade de reencontrar o meu querido professor e amigo Carlos Guedes
e interagir com os dois profissionais que vemos tanto na TV – a Sônia Bridi
veio com o Francisco José – ambos educadíssimos e sem qualquer sombra de
afetação da fama. Gostei muito deles. Ambos os livros (o da Bridi e o da Velasquez) estão na fila para a sessão "Leituras e Reflexões". A minha parvoíce do dia foi ter
acreditado que Larissa era Kitty Lopes. Fiquei olhando embasbacada para a cara
da menina, crente que era a mãe e pensando com os meus botões: “Que bruxaria é
essa que Kitty fez que estar tão nova?” Apesar da famosa colunista social do
Agreste estar cada dia mais bonita, tratava-se da filha dela. São parecidas que
faz medo!
Conto tudo isso porque esta evidência
local tem despertado comentários dos mais descabidos, dos quais temos dado boas
risadas. Agora, tenho mesmo que ir juntar nossas coisas, pois o tempo é o mais
democrático dos senhores: passa para todos, e o meu está apertadíssimo!
Voltamos após a travessia.
Fiquem com Deus.
Professora Ana, em primeiro lugar vou deixar bem claro que virei seu fã rsrsrsrsrsrsrsrr. E como eu ja te falei na Aula da Pós-graduação, minha próxima filha vai ser chamar Ana Cecília. um abraço e fica com Deus.
ResponderExcluirAnna Cecília, já falei e repito: adorei suas aulas e adorei você. Estou pensando muito sobre o mestrado e suas dicas estão sempre sendo lembradas. Uma ótima travessia e até a volta!!! Um grande abraço.
ResponderExcluirFiquei imensamente feliz em encontrar você, amiga! Depois quero saber mais detalhes sobre o seu trabalho usando o face. Estou pensando em fazer algo assim também. Gostaria de trocar uma ideia com você. Ah! fiquei orgulhosa também de vê-la na bienal ao lado daquelas personalidades. rsrsss
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